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O tempo em duas pernas e quatro rodas.
André - 08 julho 2013 - 21:37
Sou uma pessoa que gosta de caminhar. Mais quando se tem um destino definido, do ponto A ao ponto B, e menos quando se fica andando em círculos em uma praça, por exemplo, pois  isso é por demais parecido com a vida. Os fones de ouvido e a capacidade intrínseca do celular de tocar músicas (de longe a característica mais essencial de qualquer telefone. De qualquer coisa no mundo, na real) tornam a atividade uma espécie de  videoclipe em primeira pessoa, o que deixa tudo tão agradável que fico pensando quanto tempo vai levar até alguém transformar isso em uma aula de academia com nome em inglês e cobrar cento e dez reais de mensalidade (mas se você fizer o plano de seis meses fica apenas oitenta por mês). Ultimamente tenho inclusive colocado meu sedentarismo em risco ao ir a pé até o trabalho de manhã cedo -  e, embora isso tome mais tempo (e mais cartilagem dos joelhos), cria um espaço interessante para ter ideias, pensar sobre as coisas, observar, analisar ou simplesmente ouvir música mesmo.

Daí hoje, indo de carona, envolvido no cenário automobilístico, presenciei muitas buzinadas e ultrapassagens e sinais vermelhos recebendo menos atenção do que a amiga feia e por aí vai. E o fato de tais situações acontecerem com o mínimo do mínimo de provocação, onde a simples possibilidade de demorar cinco ou dez segundos a mais transforma todo mundo em participantes da Corrida Maluca, leva a apenas uma conclusão: o interior de um carro é um limbo. A vida nunca acontece ali. Quando em um automóvel, as pessoas estão sempre ausentes - ou elas já saíram ou ainda não chegaram. Mas o momento no veículo em si jamais é louvado ou aproveitado, e ou ele é descartado com uma crueldade sem precedentes (ficar feliz que uma viagem foi rápida é ficar feliz que não foi necessário passar muito tempo no automóvel) ou se torna um dos grandes nêmesis da humanidade (qualquer um que já enfrentou um engarrafamento reconhece isso e admite através de gritos, socos no volante ou postagens no Twitter). Basicamente, a impressão geral é a de que o tempo que alguém passa no carro é desperdiçado, minutos e horas que esse alguém está deixando de passar no lugar onde realmente deveria estar.

Assim, levando em consideração o quadro geral da maioria das cidades, onde o principal objetivo de obras e planejamentos e reestruturações é beneficiar a circulação dos carros, e não se preocupar muito com os pedestres, parece bem claro que prefeituras e cidadãos estão investindo em perda de tempo.
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