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A interatividade tomou conta da cidade.
André - 25 dezembro 2012 - 23:40
Tal qual aquele garoto de 15 anos que é desesperadamente vendido como uma promessa de craque, a internet não entregou tudo que podia e prometia (abraço, democratização da informação) - pelo contrário, na maior parte do tempo, apenas traduziu a sociedade real para a virtual e mostrou como o gosto musical do mundo é ruim. E trouxe também uma palavra que surge bastante em tudo que é lugar, normalmente como a salvadora e pilar essencial do sucesso de qualquer projeto: a interatividade.

Hoje em dia não existe interatividade em excesso. Ela permeia todos os níveis de todas as discussões de negócios do mundo, sejam elas de alto escalão ou de coisas que são puro hobby, surgindo na mente dos interativistas como um catalisador de sucesso e dinheiro e mulheres, um contrato garantindo a posição mais alta no desfile de projetos que tem o mundo como platéia. A sua ideia precisa necessariamente enxergar o público como crianças inquietas que querem acreditar ser parte de algo maior, tipo aquela mãe que deixa o filho buscar o leite na geladeira só pra ele achar que ajudou a fazer o almoço. Falam até em livro interativo e filme interativo, desconsiderando completamente que a) o livro é provavelmente a bugiganga mais interativa* de todos os tempos, já que basicamente o leitor imagina tudo que acontece, e b) um filme interativo é um videogame, reconhecido como uma mídia diferente do cinema pelas mais altas instituições (o arquétipo que expressa para a sociedade e o fato de que megastores separam essas mídias em categorias diferentes  (curiosamente, os videogames agora estão menos interativos, pois há mais filmezinhos entre as fases, diminuindo o tempo de jogabilidade pura, que é o motivo que leva as pessoas a comprarem os jogos em primeiro lugar. Vejo indícios de uma conspiração).

*aqui é necessário esclarecer ao leitor que a interatividade abordada no post é a interatividade corporativa, aquela que obriga o objeto da interação a tomar alguma ação decisiva de alguma forma, indicando que, sim, ele buscar o leite na geladeira é parte do projeto e que não saberíamos o que fazer sem ele; a outra interatividade, atribuída nos texto aos livros, jamais é levada em consideração porque não tem muita relevância para aumentar as vendas, e todos os envolvidos com a interatividade corporativa esperam que ela morra logo e na pobreza.

Ou seja, não interessa se é algo já pronto, nem se você pode completar esse algo com suas impressões e interpretações a respeito dele: o que importa é que você faça parte de algo, ajude a enrolar os negrinhos, segure a porta aberta enquanto alguém leva o lixo pra fora. Que você pertença àquilo de uma forma física ou virtual, mas jamais imaginária, que existam provas e que as pessoas saibam o que você fez. Interatividade, esse sinônimo do século XXI para "carência".
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