Cai o Pano - Agatha ChristieA trama de mistério definitiva. Agatha Christie tem um conhecimento brutal sobre a natureza humana mas, ao invés de utilizá-lo para criar verdadeiras monografias sobre o assunto, como fazem alguns COSSACOS, prefere montar intrigas épicas envolvendo assassinatos e segredos. Daí em Cai o Pano ela entrega uma história pensada e repensada até os ÁTOMOS, revelando seu assassino mais cruel, impiedoso e inteligente, tão sutil que torna-se impossível encontrá-lo - a menos, claro, que um certo Monsieur Poirto apareça em alisando seus bigodes e vestindo uma camiseta com os dizeres " Sherlock Holmes who?".
Fiz uma pausa ligeira porque de repente vi as dificuldades. Poirot disse: - Está vendo? Não é tão simples assim. Só existem na realidade três métodos. O primeiro é avisar a vítima. Pôr a vítima de sobreaviso. Isso nem sempre dá certo (...). O segundo caminho é avisar o assassino. Dizer numa linguagem levemente velada: "Conheço suas intenções; se fulano morrer, meu amigo, você fatalmente morrerá na forca". Esse dá mais certo que o primeiro, mas mesmo assim é comum falhar (...). - Você disse que há um terceiro método - lembrei a Poirot. - Ah, é verdade. Para esse é preciso muita sagacidade. Você tem de adivinhar exatamente onde e como o golpe fatal vai ser dado, e tem de estar pronto para aparecer no momento psicológico exato. Você tem de pegar o assassino, se não em flagrante, pelo menos com intenção culposa sem sombra de dúvida. E isto, meu amigo - continuou Poirot -, posso lhe assegurar, é dificílimo.
O Silmarillion - J.R.R. Tolkien Tolkien era um sujeito de imaginação sagaz, e O Silmarillion prova isso: o autor de O Senhor dos Anéis (e responsável pela existência dos nerds) desdobra a sua Terra-Média e narra a história de como foi criado o seu mundo. Entretanto, são tantos nomes de pessoas e lugares que é impossível qualquer pessoa com menos de TRÊS cérebros se localizar. Além do mais, como é uma reunião de textos que foi publicada após a morte de Tolkien, a obra acaba se tornando irregular. Entretanto, quando não resolve encher meia página de nomes élficos e da expressão "ora,", o cara consegue fazer coisas extremamente cativantes e interessantes (o conto de Beren e Luthien e as partes onde Melkor e Sauron são protagonistas, principalmente). Pode não ser algo que vai fazer mais pessoas saírem por aí fantasiadas de seres que não existem, mas na soma final O Silmarillion faz jus à mitologia dos nerds RPGistas.
Sauron descobriu que os homens eram os mais fáceis de influenciar dentre todos os povos da Terra; mas por muito tempo procurou convencer os elfos a lhe prestarem serviço, pois sabia que os Primogênitos tinham maior poder. E andava livremente entre eles, e sua aparência ainda era de alguém belo e sábio. Somente a Lindon não ia, pois Gil-Galad e Elrond duvidavam dele e de sua bela aparência; e, embora não soubessem quem ele era na realidade, não admitiam sua entrada naquele território. Marcadores: dando a letra |