uno, dos, tres...
André
Bruno
Kleiton
Laura
Leandro
Rafael
Thiago
14

hello, hello!
Cão Uivador
Dilbert blog
Forasteiro RS
GPF
Improfícuo
La'Máfia Trumpi
Limão com sal
Malvados
Moldura Digital
Notórios Infames
PBF archive
Wonderpree

hola!
Everybody was kung fu fighting
A publicidade total
The women are on the table
light years
Feliz Segunda-Feira
E tomara que seja o último, mesmo
Diálogos comunitários
Taxi Driver
Feliz Segunda-Feira
Elenco forte, filme fraco

Swinging to the music
A 14 Km/seg
Expressão Digital
Peliculosidade
Suando a 14
Tá tudo interligado
Cataclisma14 no Pan
Libertadores 2007

dónde estás?


all this can be yours...





RSS
Debaixo de mau tempo
André - 01 setembro 2010 - 22:05
Muitas pessoas por aí, algumas delas bastante espertas, dizem que o mundo é movido a dinheiro e ganância. Tudo bem, é até uma opinião bastante lógica, principalmente considerando que o Milan pagou 40 milhões de euros reais pelo Robinho (Berlusconi: fazer curso de FINANÇAS e de NOÇÃO DA REALIDADE urgente). Mas peço aqui licença para discordar: o mundo não é movido a dinheiro, nem ganância, mas sim tempo. E não falo daquele tempo filosófico, sobre o qual a gente fica refletindo depois de triturar duas horas da vida assistindo Os Mercenários. Estou falando do tempo relativo ao clima.

Porque é impressionante a obsessão que as pessoas têm por ele. Chega a ser doentio. Hoje mesmo eu peguei carona com um taxista que comprovou isso. Não percebi de início, mas ele provavelmente estava em abstinência de tempo, devia estar até tremendo, pois logo comentou "e essa chuvinha, hein?". Olhei para fora. Chovia, de fato. Uma chuvinha, de fato. Fiquei confuso se era uma pergunta ou uma afirmação. Respondi com um "é verdade". Entretanto, o sujeito devia estar muito necessitado, pois deu continuidade à conversa. Não apenas citou as nuvens negras no início da tarde, como se auto-congratulou por ter previsto a precipitação de água, e acho que faltou pouco para reclamar que o Nobel de ciências não fora entregue a ele. De qualquer jeito, achei prudente continuar a conversa antes que ele tirasse do porta-luvas uma injeção de Previsão do Tempo e se picasse ali mesmo.

O assunto deu voltas por cerca de vinte minutos, e toda vez que eu chegava perto de alguma conclusão relativamente pertinente era interrompido por um "mas acho que o frio volta". Isso não apenas elevou a expressão "encher linguiça" a níveis estratosféricos como trouxe a revelação de que aquilo que parecia uma característica social é, na verdade, uma obsessão. Em qualquer lugar, em qualquer hora, pessoas de qualquer renda mensal e qualquer bagagem cultural falam sobre o tempo. É constante. Não dá pra escapar. E, como toda obsessão, ela possui vítimas - no caso, sujeitos como eu, que precisam de toda sua massa cinzenta para consguir manter uma conversa girando em torno do óbvio por mais de alguns minutos.

Ah, como seria mais fácil se o mundo fosse movido apenas a ganância e dinheiro.
Comentários: 0