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Um olhar do limbo
André - 21 fevereiro 2010 - 11:20
Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones)
1/5

Direção: Peter Jackson
Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh e Phillipa Boyens, baseado no livro de Alice Sebold

Elenco
Saoirse Ronan (Susie Salmon)
Mark Wahlberg (Jack Salmon)
Rachel Weisz (Abigail Salmon)
Stanley Tucci (George Harvey)

O filme conta a história de Susie Salmon, uma guria que vive em uma família feliz, com uma irmã feliz, um irmão feliz, pais felizes, um cachorro feliz e um pote de margarina sobre a mesa, até o dia em que um vizinho atrai ela pra um sótão em um MILHARAL (nenhum sentido) e toca o terror, assassinando a moça. A partir daí ela, do céu, acompanha a vida da galera que ficou na Terra lidando com a sua morte.

Após atingir o clímax absoluto do universo com a trilogia O Senhor dos Anéis e disparar balas de adrenalina com King Kong, o diretor Peter Jackson resolveu se envolver com um projeto "menor" (leia-se "um projeto cujo orçamento não ultrapassa o PIB de nenhum país"). Então sacou esse Um Olhar do Paraíso da gaveta, uma promissora história de drama que tinha potencial para personagens com grandes arcos dramáticos e diálogos filosóficos. Só que em algum momento Jackson pensou algo como "ei, eu tenho essa empresa de efeitos especiais que é melhor do que o time do Barcelona. Preciso usá-la em algum lugar!", deslizou nas possibilidades criativas do "paraíso" onde a protagonista se encontra e, falando em termos cinematográficos, deu com os burros na água.

A balbúrdia começa bem, entretanto. Narradas em off por Susie, as cenas vão se encadeando sem uma ordem cronológica necessária, como se fossem memórias de verdade, e não uma história contada TINTIM POR TINTIM. Vamos conhecendo um pouco da rotina da guria e tal, e isso estabelece bem o cruel assassinato que está por vir - entretanto, Peter Jackson já dá mostras do que virá: o momento onde o irmãozinho de Susie sofre com falta de ar, por exemplo, é seguido por uma viagem de carro ROQUENROL até o hospital, com trilha empolgada e tudo. Isso aniquila a tensão da sequência e prova que Jackson estava completamente bêbado quando dirigiu o filme. E é algo que se repete ao longo da projeção.

Mas é a partir do citado assassinato que a película joga pro alto qualquer coisa próxima de "bom senso" e "coerência". Sem saber se fica na trama da menina ou acompanha a galera que continua viva, o roteiro não desenvolve nenhuma situação dramática de forma satisfatória. Os encontros e conexões soam forçados, e em nenhum momento o espectador consegue se identificar com qualquer coisa que está na tela. Dessa forma, os acontecimentos vão se desdobrando, mas assistimos a tudo com o interesse de quem presencia uma corrida de CARAMUJOS. E vai assim até o quase inacreditável final no estilo GOLLUM RELOADED.

Visualmente falando, o filme é bastante bonito (e ajuda bastante ter uma protagonista que possui duas PISCINAS no lugar de olhos). Enquanto as coisas estão bem, a fotografia abraça cores quentes como se não houvesse amanhã, realçando a atmosfera de felicidade e comercial de margarina daquela família. Algo quase lírico, que se encaixa perfeitamente na trama, já que, na verdade, estamos vendo tudo pelos olhos da narradora. Após o crime, tudo torna-se mais pálido e triste - com exceção das sequências no paraíso, onde o filme percorre toda a paleta de cores do Photoshop como se estivesse num buffet livre. Mas toda essa beleza é vazia, já que, apesar dos intermináveis uns e zeros que formam paisagens deslumbrantes, nada daquilo atinge o espectador. A história e a narrativa (aliás, Peter Jackson estava dopado de Red Bull, pois sua câmera simplesmente não pára quieta, está sempre com algum travelling ou panorâmica) são fracassos tão colossais que poderiam facilmente ser escaladas na seleção brasileira de 2006.

Partindo desse pressuposto, chega-se à conclusão que Um Olhar do Paraíso nada mais é do que um grande CARRO ALEGÓRICO de carnaval. Poucas vezes vi uma história tão deficiente e digna de PARAOLIMPÍADAS quanto essa. Espero que Peter Jackson tome um chá de lucidez ao longo da produção de O Hobbit (que será dirigida pelo Guillermo Del Toro, mas Jackson fatalmente palpitará aqui e ali). Caso contrário, o que o assassino fez com a pequena Susie Salmon no filme não será nada perto do que os fãs de Tolkien farão com o produtor.

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