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Bombardeio de questões
André - 07 fevereiro 2010 - 01:30
Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
5/5

Direção: Kathryn Bigelow
Roteiro: Mark Boal

Elenco
Jeremy Renner (SFC William James)
Anthony Mackie (Sgt. JT Sanborn)
Brian Geraghty (Spc. Owen Eldrige)

Em Bagdá, durante a última BALBÚRDIA estadunidense na ZONA, um grupo de soldados cujo trabalho é identificar e desarmar artefatos explosivos (bombas, mísseis, detonadores, mulheres em TPM) enfrenta diariamente perigosos perigos, iraquianos alucinados, condições climáticas desfavoráveis e Avatar, de James Cameron.

E depois dizem que o Oscar não serve pra nada. Ora, as indicações à 9 estatuetas apertaram o botão NITRO de Guerra ao Terror, e eis que o filme é finalmente lançado nos cinemas nacionais com um ano de atraso, como se o mercado cinematográfico brasileiro fosse uma gigantesca CONEXÃO DISCADA.

Reclamações à parte, a diretora Kathryn Bigelow conseguiu fazer uma obra realmente EXPLOSIVA (trocadilho obrigatório), que aperta os BOTÕES CERTOS (trocadilho obrigatório) e manda a balela de "lutar pela liberdade" PELOS ARES (trocadilho mais do que obrigatório). Como um bom filme de guerra, este se foca em um grupo de alguns soldados - três, no caso - para narrar uma história que abrange todos. E quando falo "se foca", eu quero dizer "GRUDA nos caras e não solta mais", mesmo. Acompanhamos a rotina deles, descobrindo que todos os dias a casa cai pro lado dos sujeitos. Até mesmo a mais simples das missões é garantia de adrenalina lá em cima e dúvida se eles vão ver a luz do sol novamente.

Ou seja, praticamente todas as cenas do filme que não envolvem a TOCA DOS GATOS do exército americano envolvem uma tensão que arrebentaria uma corda de BAIXO. Sendo uma guerra urbana, tem lugares demais de onde podem sair ameaças demais. Qualquer janela pode ter um sniper, um terrorista, alguém descontente com a presença estadunidense no recinto. Os três soldados sabem disso, e estão sempre com os nervos À FLOR DA PELE porque qualquer distração pode literalmente acabar com tudo - não à toa, o único momento onde eles relaxam fora do QG vira uma longa batalha (construída, encenada, coreografada e filmada de forma devastadora. Sério, apenas a cena em si abrange muito mais do que obras como Falcão Negro em Perigo).

Não contente em esfacelar nossos corações apenas com a TRAMÓIA, a diretora aposta em uma câmera urgente, frenética, sempre chacoalhando e que constantemente busca o zoom, como se realmente estivesse lá. Isso só aumenta a maldita tensão, porque evita planos muito abertos e torna a visão do espectador tão limitada quanto a dos soldados, além de parecer que sempre há algo DIABÓLICO acontecendo. Soma-se a essa câmera PUNGENTE uma fotografia seca, granulada, suja, que puxa pros tons de amarelo como se não houvesse amanhã, e faz de Bagdá um lugar ainda mais insuportável. Tudo lá parece quente e pobre, e a paisagem fica tão opressiva que surpreende a galera não BATISTAR direto no local.

Para não deixar toda essa estética SOZINHA E MAL PAGA, o roteiro investe furiosamente nas personagens. Sanborn, Eldrige e, principalmente, William James vão ganhando vida à nossa frente. Fugindo dos estereótipos (e deixando eles COMENDO POEIRA), a história constrói pessoas críveis na telona, que falham e acertam como qualquer um de nós. Se no início James parece um cowboy arrogante, logo vemos o lado solidário do sujeito, que se mostra compreensivo com os medos de seus colegas e entende o receio deles como algo natural, e não "covardia". Da mesma forma, Sanborn e Eldrige percorrem seus próprios arcos dramáticos ao longo da narrativa, e suas decisões soam perfeitamente de acordo com suas personalidades. Para isso funcionar de forma BATUTA, Bigelow reuniu um elenco conciso, que trabalha de forma contida, sem grandes exageros ou dramaticidade. E é essa crueza de gestos que torna os três ainda mais humanos frente ao espectador.

Graças à toda essa ENGENHARIA cinematográfica, a cena em que James precisa escolher um cereal para seu filho é de passar a alma por um triturador de papéis. Porque mesmo com todas as explosões, e violência, e imagens de pessoas seriamente INJURIADAS, Guerra ao Terror consegue ilustrar perfeitamente como a guerra destrói o espírito de todos que por ela passam. Isso me fez sair do cinema com a cabeça doendo, completamente esgotado. E vindo de um filme sobre pessoas no campo de batalha, eu não poderia tecer maior elogio.

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