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Diálogos que gostaríamos de ver
André - 13 fevereiro 2010 - 03:28
Tive que matar tempo antes de assistir Guerra ao Terror. Então corri pra Saraiva Megastore, lar de dezenas de filmes, livros, cds, e, o mais interessante, um sistema de ordenação de produtos que ninguém ainda foi capaz de decifrar.

Eis que, no meio do caos absoluto, encontro uma cópia de Piratas do Caribe: O Baú da Morte, único que faltava para eu ter toda a trilogia completa dormindo aqui em casa. Aventureiro que sou, quase um Allain Quatermain de camiseta do Liverpool, CONFISQUEI o DVD da prateleira e me dirigi até o caixa. Fui atendido por uma solícita MOÇOILA vestindo vermelho, que prontamente me questionou:

- O senhor tem cartão de fidelidade da loja?

Momento de silêncio.

- Tenho. Sim, eu tenho. Mas não aguento mais, preciso falar: eu às vezes compro em outras lojas. É verdade, essa é a horrível verdade! Por Deus, sou um ser humano horrível! Tenho me encontrado escondido com a Cultura, e muitas vezes usei dela para satisfazer meus desejos! Oh céus, e com a Fnac, que me enlouquece com aquele sobrenome do leste europeu, aquele mistério, toda a sua experiência. Ela topa de tudo, seja livros, filmes, CDs, tudo! Até um LP eu comprei dela mês passado, admito, até mesmo um LP, que eu nunca comprei aqui! Então eu tenho esse maldito cartão de fidelidade, mas eu não sou merecedor dele, corrompi cada código de barras, cada letra impressa no plástico, sim, eu atingi o nível mais baixo que alguém comprometido pode atingir. Mas não significou nada pra mim, juro, não significou coisa nenhuma, foi apenas diversão culturamente descompromissada! Precisa acreditar!

Claro, quem me conhece remotamente, sabe que sou extremamente tímido, e que o diálogo aqui transcrito ocorreu apenas nas atraentes pernas da imaginação. Tudo que fiz foi dizer que sim, tinha o cartão, passar os dados e sair de lá e fingir que a traição jamais ocorreu. Como faria qualquer homem envolvido em mais de um relacionamento.
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