Anteontem eu estava assistindo um programa sobre os sete sinais do fim do mundo (além do ocorrido em dezembro de 2006, digo), analisados do ponto de vista científico. No meio daquele monte de catástrofes e tudo mais, surgiu alguém falando de uma tal de explosão de raios gama. Basicamente o negócio é o seguinte: após uma estrela explodir e virar uma supernova, ela libera uma quantidade de partículas vaporizantes espaço afora, e quando elas encontram alguma coisa pelo caminho a situação fica bastante chata pra essa coisa. Tipo, imaginem uma estrela cem por cento composta de Coca Light, e alguém chega e joga um Mentos gigante na dita-cuja. É mais ou menos isso.
Enfim, parece que temos um corpo celeste logo ali dobrando a esquina (leia-se oito mil anos luz de distância) que está prestes a abotoar o paletó. E se isso acontecer, nossa pequena bolinha azul pode ser violentamente alvejada pela explosão de raios gama, com chances de não sobrar ninguém pra anotar a placa do caminhão. O mais legal, entretanto, é que essas partículas viajam à velocidade da luz, ou seja, não tem como prever o fenômeno - só vamos saber na hora em que o planeta virar uma grande bolinha de Natal dourada.
Então eu pergunto, pra que fazer um programa sobre isso? O sujeito sai na rua e já tem que se preocupar em não ser assaltado, não ser atropelado, não ser sequestrado, e agora tem que se preocupar também se vai levar uma RAIOGAMADA na fuça? Depois do terrorismo jornalístico, acho que é bom começar a me preocupar com o terrorismo científico... |