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Desencontros
André - 17 agosto 2008 - 23:03
Do Outro Lado (Aud der Anderen Seite)
5/5

Direção: Fatih Akin
Roteiro: Fatih Akin

Elenco:
Nurgül Yesilçay (Ayteon Öztürk)
Baki Davrak (Nejat Aksu)
Tuncel Kurtiz (Ali Aksu)
Patrycia Ziolkowska (Charlotte "Lotte" Staub)

A história começa - e acreditem quando eu digo "começa", porque tem muita coisa depois - quando um aposentado pede a uma prostituta para morar com ele. Tal fato leva a uma sequência de eventos que vão aproximar e distanciar diversas personagens, alternando entre Istambul e Hamburgo.

A melhor forma de criar histórias distintas que se intercalam é não apenas ilustrar a relação entre elas, mas construir cada trama de forma que consiga se sustentar com as próprias pernas. Afinal, de nada adianta descobrir uma ligação genial entre duas narrativas se uma delas é um saco, certo?

Sabendo disso, o diretorbarraroteirista Fatih Akin realizou uma interessante colcha neste filme que concorreu ao Oscar de melhor produção estrangeira. Aliás, mostrou que conhece bem o seu ofício: mantendo normalmente a posição clássica, ele confia no talento dos atores, deixando as cenas se desenrolarem de forma natural - exceto em algum eventual plano-sequência (o que enquadra a visão de Lotte ao perseguir os piás é legal demais) ou travelling inspirado. E filma não apenas as cidades de forma diferente, nem os cenários, mas também as personagens (a mãe de Lotte, uma senhora "certinha", aparece sempre centralizada no quadro - a menos em um momento de dor, quando o diretor se permite um ângulo mais caótico, para ilustrar a tristeza dela). Isso ajuda a criar identificação com cada pedaço da história (Istambul, por exemplo, é fotografada com um grão mais grosso, dando um ar de "sujeira"), pois todos tem suas próprias características.

Já o intrincado roteiro consegue desenvolver bem (até certo ponto, claro) as personagens em curtos e diferentes espaços de tempo - ou seja, nem todas as cenas dão andamento às tramas. Algumas estão ali para nos mostrar quem são estas pessoas e o que elas querem. E o verdadeiro círculo no qual giram as histórias jamais soa repetitivo ou forçado, pelo contrário, flui de forma impressionante. Aproveitando essa estrutura cíclica, o roteiristabarradiretor aproveita para fazer diversas rimas visuais inspiradas, como a dos caixões, além de repetir cenas e enquadramentos.

Em determinado momento, Ayteon, que faz parte de um grupo revolucionário, diz "lutamos contra a globalização". E é justamente essa globalização que aproxima e distancia cada um deles. Por pequenas falas, gestos ou atitudes, as pessoas que mais se procuram não se encontram, seja na Alemanha ou na Turquia. Por medo de se revelar frente a um regime severo, ou pelo acaso de desistir alguns momentos mais cedo. No final das contas, as histórias não apenas se encontram, mas se sobrepõem. Pois elas possuem objetivos e narrativas bem definidas - tudo que, infelizmente, falta aos seus cativantes protagonistas.

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