uno, dos, tres...
André
Bruno
Kleiton
Laura
Leandro
Rafael
Thiago
14

hello, hello!
Cão Uivador
Dilbert blog
Forasteiro RS
GPF
Improfícuo
La'Máfia Trumpi
Limão com sal
Malvados
Moldura Digital
Notórios Infames
PBF archive
Wonderpree

hola!
Segredo de Estado
Futuro profissional
Sobre blogs V
Humano demais
Sobre blogs IV
Do Carilho
Na Geral
O mal do século XXI
Is there a time for keeping your distance?
Faça mau feito

Swinging to the music
A 14 Km/seg
Expressão Digital
Peliculosidade
Suando a 14
Tá tudo interligado
Cataclisma14 no Pan
Libertadores 2007

dónde estás?


all this can be yours...





RSS
Caixinha de surpresas
André - 14 setembro 2007 - 15:42
"Vou te contar um segredo: o último ato é o que faz o filme. Surpreenda eles no final, e você tem um sucesso".

Esse é um dos tantos ensinamentos do roteirista Robert McKee, personagem interpretada por Brian Cox no ótimo Adaptação. Algumas pessoas podem até questionar o que o cara disse, mas os engravatados de Hollywood, depois que viram O Sexto Sentido com seu final e bilheteria espetaculares, não ficaram muito propensos a discordar.

A real é que todo mundo gosta do chamado final-surpresa. O cara ta lá, pensando que resolveu tudo, e de repente, de uma forma agathachristienesca , a percepção dele sobre o filme muda. Essa coisa de reviravolta no final dá tão certo que foi até utilizada como marketing: primeiro naquele lettering "Por favor, não conte o final deste filme" que acompanhava o teaser televisivo do genial A Vila; e também na divulgação do anti-genial O Amigo Oculto, pois os rolos que continham as últimas cenas chegaram nas salas de projeção apenas no dia da estréia, e escoltados por seguranças.

Aliás, O Amigo Oculto surge como exemplo perfeito do formulismo que Hollywood é capaz. É algo tipo "ei, se O Sexto Sentido teve uma reviravolta e deu dinheiro, vamos fazer outro filme que também tenha uma reviravolta e cujo título também comece com um artigo definido". Tudo bem, a obra estrelada por Robert DeNiro deu lá seus trocados para os produtores mas, peliculosamente falando, não passa de um fantasma (desculpem, não resisti) perto de O Sexto Sentido.

Isso porque, no final das contas, a reviravolta nada mais é do que um desfecho para o resto do filme. Ou seja, para ter um final foda, é preciso um roteiro muito bem trabalhado ao longo de toda a projeção. Não adianta simplesmente jogar a culpa no mordomo porque isso é coisa de novela: uma boa reviravolta é (normalmente) inesperada pois estamos atentos a outras questões da história e temos certeza de que ela vai seguir por determinado caminho. Quer fazer todo mundo soltar um "putaquepariu" na finaleira? Então, ao invés de escancarar isso, trabalhe para que o espectador não desconfie de nada. Afinal, de onde eu venho, a gurizada costuma ser surpreendida apenas quando não sabe o que vai acontecer - a menos, claro, que a idéia não seja fazer um filme com uma reviravolta, mas sim uma reviravolta com um filme (como é o caso de O Amigo Oculto). Aí não tem salvação.

A propósito, este texto não foi escrito pelo André, mas sim por mim, Fernando, irmão gêmeo dele.

Triha sonora de surpresa.

Fade out.

Marcadores:

Comentários: 6