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Quadrado
André - 07 maio 2007 - 12:08
No ano 2000, pré-Homem-Aranha/X-Men/Hulk/Superman - O Retorno/Batman Begins, eu e o Guto fizemos um trabalho sobre Histórias em Quadrinhos para a cadeira disciplina de filosofia, no segundo ano do colégio. Entrevistamos um desenhista e professor (o
Daniel HDR) falamos sobre mangás e comics e discutimos aspectos que agora eu não me lembro (não sou de ferro também, pô).

Notem que, além de formadores de opinião (os filmes de super-heróis só viraram blockbusters depois do nosso trabalho), éramos adolescentes (por volta dos 16 anos). Época em que as regras sociais de convívio envolvem basicamente gostar do que está na moda e desprezar o resto. E quadrinhos definitivamente não estavam na moda.

Não que existisse algum tipo de discriminação contra nós dois ou algo do gênero, até porque jogávamos futebol com bastante frequência, mantendo por bem ou mal contato com a "elite" social do colégio. Mas existia um consenso geral (ou seja, verdade absoluta, tão indiscutível quanto a lei da gravidade) que ler "gibis" era coisa de criança ou nerd. Por isso, comentários do tipo "Quadrinhos? Vê se cresce" apareciam uma que outra vez, normalmente vindo do pessoal maduro que adorava brincadeiras inteligentes como, sei lá, ir em um grupo de 10 até um colégio 100 vezes maior e chamar todo mundo pra briga.

Pois aconteceu que a professora adorou a idéia e o trabalho em si. Inclusive havia uma apresentação marcada, mas foi cancelada por motivos que já não lembro (fiquei até decepcionado, pois tinha levado vários exemplares pra aula). Acredito que, com o entusiasmo que estávamos e o material disponível, não seria difícil fazer a gurizada olhar para esta mídia com pelo menos um pouco de simpatia. Mas, como falei, não houve a tal apresentação, então ninguém entrou em contato com o trabalho e alguns pré-conceitos continuaram.

O mesmo pessoal que correu ou vai correr até os cinemas para assistir Homem-Aranha 3. E gostar do filme. Embora, é claro, quadrinhos de super-heróis sejam coisa de criança.
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