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Série "Todo Mundo em uma Ilha"
André - 26 maio 2010 - 21:09
No final do primeiro episódio da sexta temporada de LOST, na realidade alternativa, a série mostrou a Ilha toda debaixo da água, em um plano impactante e que certamente gerou as mais diversas dúvidas e teorias na cabeça dos fãs. E agora que o seriado foi pra banha, eu sugiro uma brincadeira: cortamos fora esse plano e vemos se isso faz alguma diferença para o todo. Hm. Não faz absolutamente nenhuma, né?

De certa forma, a sensação que tive ao final de LOST foi exatamente essa, de que foi tudo meio gratuito. A série foi desenvolvida de forma descomunal, onde cada pequeno detalhe poderia fazer toda a diferença. Foi isso que uniu um bando de fãs malucos com as mais absurdas e plausíveis teorias. E ok, teria sido ótimo se a "interpretação" de determinados eventos fosse deixada ao léu, para cada um entender do jeito que quiser. Mas eis que chegou aquele tenebroso episódio 15, e LOST mudou bruscamente de direção, se antes o sobrenatural era colocado na trama de uma forma orgânica e quase científica, ali a coisa foi escancarada como se não houvesse amanhã. Todo aquele papo de luzinha é uma solução medíocre, preguiçosa, como se tivesse sido concebida por dois minutos e era isso. Antes citar apenas que há um "coração" da Ilha que precisa se protegido do que realmente mostrar aquela baboseira. Da mesma forma, a trama simplesmente ignorou lacunas gritantes em sua cronologia: por que a Ilha não podia ser destruída? Por que o Fumacinha não podia dar no pé? Por que ele tinha que destruir a Ilha pra ir embora? Importante dizer que não estou cobrando soluções "cientificamente corretas", apenas respostas que fizessem o espectador realmente acreditar nas motivações das personagens (um simples "Jacob roubou minha humanidade e, assim, jogou em mim uma maldição. Apenas destruindo a Ilha posso me livrar dela e voltar a viver uma vida" solucionaria a questão do Fumacinha, por exemplo).

Já tudo que diz respeito ao reencontro e ligações entre as personagens foi absurdamente comovente. A forma como as vidas se conectavam na realidade paralela, os pequenos e emocionantes flashes toda vez que alguém se lembrava dos eventos, a serenidade de cada um, os sorrisos de alegria, a impressão de que eles estavam REALMENTE felizes ao se reencontrar, tudo isso foi construído de forma exemplar no último episódio, realçado por uma trilha devastadora, que faria até mesmo Materazzi chorar no cantinho. Muitos filmes com grandes orçamentos e grandes atores não alcançam este nível de dramaticidade e beleza (aliás, Matthew Fox complatamente em chamas), e o final com o olho fechando foi de uma sensibilidade aniquiladora.

Entretanto, na minha opinião, LOST não é uma série cujo foco principal são as relações entre as personagens. Tanto que as únicas com quem realmente me envolvi foram Desmond, Charlie e Hurley. Não estava torcendo pra Kate ficar com Jack, ou Sawyer, ou Sayid encontrar a redenção - e lembro que episódios envolvendo a "construção" de personagens como Jin, Sun, Kate e até mesmo Jack (ou seja, flashbacks que não faziam muita diferença na trama principal) foram duramente criticados. E eu pergunto: se o que realmente importava eram as pessoas da história, por que não colocaram aquele conceito de "Luz" mais cedo na história, de forma que pudesse ser melhor absorvido pelos fãs? Será que os produtores imaginavam que, após a "resposta" ser dada (uma resposta bem CHULA, convenhamos), o interesse pelas personagens não seguraria a série até o final?

Dessa forma, o final de LOST foi ao mesmo tempo emocionante e decepcionante. Na verdade, após o criminoso episódio 15 da 6ª temporada, me senti completamente desligado da série - era como se eu estivesse assistindo outra, na qual as respostas para os mistérios e, principalmente, a motivação de tudo que acontecia eram conceitos totalmente vagos, mais preocupados em adequar-se à necessidade do roteiro para chegar a um desfecho do que em soar coerentes com tudo que havia sido feito até então (o ato de fazer com que eles estivesse mortos na realidade paralela me soou como "bem, não temos ideia como resolver isso, então vamos dizer que estão mortos". Exatamente o tipo de coisa que os produtores haviam dito que não aconteceria). Uma pena. LOST foi memorável, sim. Mas, se tivesse respeitado suas próprias regras, seu último episódio poderia ter sido um exemplo brilhante de uma narrativa ao mesmo tempo surreal e concisa. Porque aquele plano onde o Jack fecha o olho é um final perfeito para a série. Infelizmente, as quatro horas anteriores não fazem jus a ele.

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