uno, dos, tres...
André
Bruno
Kleiton
Laura
Leandro
Rafael
Thiago
14

hello, hello!
Cão Uivador
Dilbert blog
Forasteiro RS
GPF
Improfícuo
La'Máfia Trumpi
Limão com sal
Malvados
Moldura Digital
Notórios Infames
PBF archive
Wonderpree

hola!
Série "Todo Mundo em uma Ilha"
Oscar minuto a minuto
Esclarecimento oficial
Série "Todo Mundo em uma Ilha"
Erro de identificação
Mortos-vivos, tremei
O Homem no Trem
Série "Todo Mundo em uma Ilha"
Libertadores imparcial
A Rede Anti-Social

Swinging to the music
A 14 Km/seg
Expressão Digital
Peliculosidade
Suando a 14
Tá tudo interligado
Cataclisma14 no Pan
Libertadores 2007

dónde estás?


all this can be yours...





RSS
Apartamentoheid
André - 12 março 2010 - 22:48
Ao longo da história da humanidade, muitos preconceitos foram criados, multiplicados e depois vencidos. Contra as mulheres, contra os negros, contra a utilização de dois volantes, enfim, idiotices que a galera aprendeu a superar e hoje são parte natural da nossa rotina. Entretanto, entre os vários preconceitos que ainda espalham balbúrdia mundo afora, um é o mais cruel e desumano e impensado de todos. E se faz presente toda vez que alguém diz "mas é um guri de apartamento mesmo".

Como vocês podem imaginar, sou um guri de apartamento. E muito me orgulho disso. Duvido que socializar com amigos da mesma idade, pra brincar de peão e pique-esconde na rua, construa um caráter melhor do que ver Sessão da Tarde comendo Trakinas de morango. Poucos ensinamentos ao ar-livre são mais filosóficos do que os devaneios do Homem-Aranha pela Big Apple. Nenhuma tática de sobrevivência sobrepuja a estratégia de ALOCAR o adversário no canto e disparar Hadoukens como se não houvesse amanhã, deixando o Shoryuken engatilhado para ANIQUILAR OSSOS HUMANOS SEM PIEDADE. Sim senhor, um guri de apartamento tem todas as artimanhas necessárias para atravessar a vida sem sobressaltos.

Claro, volta e meia o mundo exterior clamava pela nossa presença, em grandiosas e desconcertantes partidas de futebol (motivo mais nobre que existe para fazer qualquer coisa), onde a exuberância de nossos aprendizados INDOOR era mais que suficiente para declarar os outros como perdedores. De resto, nos perdíamos em alucinantes partidas de Rock'n Roll Racing, enchendo a cara de Coca-Cola, gritando uns com os outros bordões de filmes conhecidos e entrando em DEFCON 1 toda vez que o narrador berrava "LET THE CARNAGE BEGIN!".

Esses somos nós, os guris de apartamentos, que não empinaram pipa, não jogaram peão, saíam à rua apenas nos veraneios e jogos de futebol, e viviam dentro de toda a liberdade que sua imaginação alcançava. E jamais subestimem quem passou a infância desbravando a magia dos aparelhos eletrônicos: nessa época digital em que vivemos, são eles que já tem as mãos calejadas de tanto capinar e explorar o mundo virtual.

Praticantes de Mega Drive, praticantes de Super-Nintendo, praticantes de NEO-GEO, uni-vos. Esta pequena bola azul há de ser nossa. É tudo uma questão de saber usar a devastadora tática do "meia lua pra frente + soco" na hora certa.
Comentários: 2