O sistema de pontos corridos já foi amplamente discutido neste blog (aqui e aqui). Os que falam contra esse sistema - dentre os quais eu me incluo - destacam a falta de emoção, já que dessa forma um campeão pode ser definido com várias rodadas de antecedência.
Convenhamos que esse argumento perdeu força esse ano, diante da reta final do Brasileirão que manteve o título em aberto até a derradeira rodada. Mas convenhamos também: o mais provável é que, nos próximos anos, o campeonato continue sendo muito parecido com o que foi nos anos anteriores, com um campeão definido (muito) antes da última rodada. Esse ano foi absolutamente atípico, todos concordamos nisso.
Já os que falam a favor desse sistema bradam aos quatro ventos: "Ele premia a regularidade". Nada pode ser menos verdadeiro. E a prova disso é exatamente o Campeonato Brasileiro de 2008.
Analisemos. O Grêmio, desde a 5ª rodada esteve no G-4, e manteve-se no topo da tabela entre a 14ª e a 32ª rodadas (com um intervalo nas rodadas 27 e 28, na qual esteve em 2º lugar). Terminou o campeonato com 72 pontos, na 2ª posição. O São Paulo, por sua vez, chegou a ocupar a 18ª posição na tabela. Somente conseguiu se firmar no G-4 após a 29ª rodada e deve isso a uma campanha praticamente impecável no returno. Venceu o campeonato com 75 pontos.
Agora eu pergunto: qual foi o time mais regular? O que chegou a estar na zona de rebaixamento e terminou em primeiro? Ou o que mais tempo manteve-se na frente, e que por mais tempo também teve nas mãos a vaga para a Libertadores 2009?
Não me venham com esse papo de que os pontos corridos premiam a regularidade. O São Paulo mereceu o título, não há dúvida, mas não por ser o mais regular - e sim por ter feito mais pontos que o Grêmio, simples assim. A regularidade não tem absolutamente NADA a ver com isso.
Pela volta do mata-mata, com urgência. |