O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas) 2/5
Direção: Mark Herman Roteiro: Mark Herman
Elenco: Asa Butterfield (Bruno) Jack Scanlon (Schmuel) Vera Farmiga (Mãe) David Thewlis (Pai) Amber Beattie (Gretel)
Durante a segunda guerra mundial, uma família alemã se muda para um complexo militar/casa onde o pai, comandante do exército, trabalha em prol das causas nazistas. Enquanto as mudanças afetam a todos de diferentes formas, o garotinho caçula, Bruno, acaba fazendo amizade com um menino judeu que está dentro de um campo de concentração.
Histórias envolvendo o Holocausto são, por si só, dramáticas o suficiente para deixar alguém arrasado. É com inteligência, então, que o filme começa identificando a família de Bruno não como "monstros nazistas", mas sim como pessoas que simplesmente vão se adaptando à realidade conforme ela os atinge. Assim, ao longo da película, a inclinação de Gretel à doutrina alemã da época e a indiferença do patriarca aos abusos contra os judeus acertam o espectador com mais força (da mesma forma, a direção de arte faz bem ao retratar a casa antiga de forma aconchegante e sinuosa, enquanto o complexo militar é dotado de linhas retas e cores frias).
É uma pena que o filme desande justamente quando deveria ficar interessante: a partir do encontro entre os dois piás. Se por um lado as histórias paralelas ganham força (principalmente as dúvidas da Mãe quanto ao trabalho do marido), por outro a relação entre os dois guris não chega a comover (embora não soe falsa). A química entre os atores existe, mas o roteiro não chega a desenvolver a questão, apenas apresenta situações que ilustram a inocência de Bruno frente ao amigo sem trabalhar a amizade e lealdade de ambos (o que faz uma falta incrível no final do filme).
Por falar em final, eis o grande problema da película: o espectador sai com a impressão de que o diretor teve a idéia de um final chocante (no sentido de deixar o cara incomodado, não um final SEXTOSENTIDONESCO) e simplesmente bolou um caminho para chegar até lá, sem se preocupar muito com ele. É impactante? É. Só que soa gratuito, não condiz com o resto do filme. E uma obra que utiliza uma tragédia de forma leviana, apenas para arrancar algumas lágrimas no final, não merece ser levada muito a sério.Marcadores: Peliculosidade |