Hoje fui no Cinemark localizado no Barra Sul Shopping, o mais novo "templo do consumismo" de Porto Alegre. Ao chegar na bilheteria, peço um ingresso para o filme, como sempre. Já estava preocupado, pois o relógio denunciava o meu atraso para o início da sessão, quando a atendente mostra um monitor cheio de números dispostos como as cadeiras da sala de cinema e pergunta:
- Qual assento, senhor? - Como assim? - O senhor pode escolher seu assento. Qual vai querer? É só dizer o a fila e o número. - Mas... mas eu nunca VI a sala. Como vou decidir assim? Não posso simplesmente entrar no cinema e escolher o meu lugar? - Não, pois o senhor poderia escolher um assento já vendido ou alguém poderia comprar o assento que o senhor escolher. - ... então seria mais fácil simplesmente não vender assento pra ninguém, concorda? - Senhor, estou apenas seguindo o protocolo. - Vê, é como se eu convidasse alguém até a minha casa e, antes da pessoa entrar, eu falasse "olha, tu pode escolher entre o sofá de frente para a janela ou o de frente pra televisão, qual vai querer?". - Senhor, não temos outra opção de compra a não ser com o assento marcado.
Vencido pelo sistema, escolhi a fileira M, uma das que ficam no fundão. Assento número 14 - se ao menos fosse o inverso, e o assento C14 fosse um lugar bom, eu ficaria menos incomodado com toda essa história. |