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O canhoto
André - 28 janeiro 2008 - 21:39
Crescer é enfrentar a realidade. Descobrir que Papai Noel não existe, que ter barba não é exatamente algo prático e que as meninas não se interessam por bonecos dos Comandos em Ação. No entanto, certos momentos que vivenciamos quando crianças ainda mantém a mesma atmosfera impressionante e idealizada (leia-se "saudosismo") - não é a toa que, a partir de certa idade, as pessoas querem rever os desenhos que assistiam quando eram mais jovens (e que foram abolidos do cotidiano adolescente por questões sociais).

Entre junho e julho de 1994, eu descobri que existia um país chamado Romênia (dêem um desconto, naquela época Google e Internet não existiam). E descobri graças à seleção romena, que na Copa do Mundo dos Estados Unidos construiu uma trajetória brilhante até as quartas-de-final, sendo eliminada pela Suécia nos penaltis.

Naquela época, o número dez definia não apenas a minha idade, mas também o craque de cada time: os setes, noves, onzes, por melhor que jogassem, eram coadjuvantes (Romário é a exceção que confirma a regra). E na Romênia, o jogador que carregava tal fardo o fazia como se fosse a coisa mais leve do mundo, um trabalho simples. Para ele, o dez era um estímulo, e não um peso.

A grande verdade é que cada toque que Gheorghe Hagi dava com o pé esquerdo na bola tinha algo de surreal. Parecia que o próprio objeto procurava os espaços, encontrando a melhor forma de transitar pelo campo. Ao longo do torneio, ele comandou o time: não apenas era o capitão, como o líder técnico da equipe. Dava lançamentos, fazia gols, abria espaços... Foram cinco partidas, superando equipes como as favoritas Colômbia e Argentina. Em todas, o número dez da Romênia esbanjou categoria e técnica.

Até hoje, quando falam como o futebol encanta e como ele pode se tornar deslumbrante, eu não penso em Pelé, Ronaldinho, Zidane, Ronaldo... O primeiro que me vem à cabeça é Gheorghe Hagi. Vocês podem até questionar, apontando que muitos outros jogadores tiveram carreiras mais regulares e bem sucedidas - além do mais, quando Hagi colocou grandes jogadores a seus pés eu tinha apenas dez anos. Então talvez as coisas nem tenham sido tão impressionantes como coloquei aqui, talvez este post seja apenas a idealização de um jogador que vi atuar e gostei. Mas, nostalgia ou não, é difícil analisar racionalmente uma situação quando se é criança e o número dez de uma seleção desconhecida encobre o goleiro com uma facilidade quase inacreditável. A cinquenta metros de distância.

Com vocês, nostalgia:

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