Análises imparciais, como se sabe, são impossíveis na prática, já que cada análise traz consigo uma carga pessoal que não pode ser desvencilhada do texto. Mas estou tentando me distanciar um pouco do jogo da próxima quarta-feira, só pra ver o que esperar.
O fato é que a situação é bastante desfavorável pro tricolor. O fato é que o Grêmio precisa fazer pelo menos 3 gols, e não sofrer nenhum, pra pelo menos levar pra prorrogação. E fazer mais um, ou pelo menos não tomar nenhum, pra levar pros penaltis. O fato é que o Boca não é o Defensor, nem o Santos, nem o São Paulo, nem o Caxias.
Mas alguns fatos jogam a nosso favor. O fato, por exemplo, do tricolor ter feitos partidas impecáveis no Olímpico no mata-mata da Libertadores. O fato de fazer sempre o mínimo necessário para atingir seus objetivos. O fato da torcida lotar o estádio a cada jogo, e empurrar o time para as vitórias. O fato de ter um técnico tranquilo, profissional, que conhece bem as ferramentas que possui e sabe como utilizá-las.
Na pior das hipóteses, se não conseguirmos, ficará a certeza que perdemos o título lá, na bombonera, e contra um grande clube, que nessa situação chegaria à sua sexta libertadores. Na melhor das hipóteses, se conseguirmos, eu não voltarei pra casa antes do dia clarear. E vai ser provavelmente a comemoração mais enlouquecedora que essa cidade já viu.
E além de todos os grandes motivos que tenho para torcer pelo Grêmio (paixão, fé, orgulho), essa semana ainda surgiu outro, bastante forte: essa declaração do Milton Neves.
"O sonho do tri gremista acabou. Goleada prevista em decisões entre duas equipes niveladas tecnicamente nunca acontece. Se o mortinho Grêmio nota 5,5 meter 4 a 0 no Boca nota 6,5, no Olímpico, eu mudo meu nome para Dercy Gonçalves Neves."
Com esse nome, acho que ninguém mais dá emprego pra ele. Veremos.Marcadores: Libertadores 2007 |