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Pra onde vai a maré - Parte 2
Leandro Corrêa - 12 junho 2007 - 23:55
Ainda sobre direitos autorais na internet, Beck e o Nine Inch Nails são dois exemplos de como se adaptar aos novos tempos sem se entregar à pirataria, mas também sem prejudicar os apreciadores de sua música.


Beck - The Information (2006)

Em setembro do ano passado, a high-tech-cool Wired Magazine trouxe na capa uma matéria bem interessante com Beck Hansen, sobre o futuro da indústria fonográfica em tempos de internet.

Beck havia lançado o álbum "Guero" em 2005 depois de várias músicas terem "vazado" na internet ainda em 2004. Logo em seguida ele lançou uma edição de luxo, CD e DVD, com mais 7 faixas bônus, faixas remixáveis e alguns videos-arte. Ainda em 2005, vários fãs de Beck criaram versões alternativas de suas músicas (os chamados mash-ups) e distribuíram pela internet. Beck curtiu a idéia e, em dezembro daquele ano, convidou seus DJs favoritos para remixar todas as faixas de "Guero", resultando em um segundo álbum, "Guerolito".

A matéria da Wired antecipava novidades do novo trabalho de Beck, "The Information", lançado em outubro de 2006. Nele, Beck de novo resolveu "abrir" suas músicas para que as pessoas fizessem remixes e mash-ups. Para não deixar sua gravadora na mão, já que estava incentivando seus fãs a copiar/piratear suas músicas, Beck inventou uma idéia bacana para promover a venda do CD: o encarte dele vem com uma porção de adesivos para as pessoas colarem na capa do álbum, que vem em branco. Os adesivos não são os mesmos em todos os CDs, e o resultado é que nenhuma capa é igual à outra.

Pra nadar ainda mais a favor da maré, Beck produziu, ele mesmo, 15 videos caseiros para as 15 faixas de "The Information", trazendo parentes, amigos, filhos e sobrinhos para ajudar com idéias -- e botou tudo no YouTube (o mais legal é o video com marionetes!). Os fãs, obviamente, adoraram, e são os que mais comentam por lá.

Perguntado sobre se não acha ruim as pessoas compartilharem seus videos no YouTube sem que lhe pagem os direitos autorais, Beck respondeu que não pois, apesar de ser bem cuidadoso na produção de seus videos, ele quer que as pessoas os assistam. Sobre a tecnologia e a internet influenciando o futuro da música, ele afirma "Eu gosto da idéia de que posso gravar rapidamente versões acústicas de músicas que estou trabalhando, e imediatamente colocá-las online para as pessoas fazerem download. Depois, posso gravar músicas com um produtor em um grande estúdio, de uma grande gravadora, e lançá-las em CD, em DVD, em versões remixadas, e deixar as pessoas experimentar essas músicas de diferentes maneiras". Legal.


Nine Inch Nails - Year Zero (2007)

Trent Reznor, vocalista e líder do Nine Inch Nails, comprou uma briga feia com sua gravadora recentemente. Tudo começou quando Reznor disponibilizou todas as músicas do novo álbum, "Year Zero", no site oficial da banda (em versão streaming, tipo ao vivo, que só toca com o site aberto). Mesmo sem poder fazer o download das músicas, através do site pessoas do mundo inteiro puderam ouvir de graça o álbum recém-lançado durante várias semanas (infelizmente já tiraram do ar).

Apesar de não ter gostado da iniciativa de Reznor, a gravadora teve que engolir, pois já tinha concordado com a maneira que o Nine Inch Nails estava promovendo seu novo álbum (eles criaram um jogo de realidade alternativa usando o tema de "Year Zero", com uma gincana onde pistas são deixadas pela internet e em shows da banda; por exemplo, pendrives USB com MP3 de músicas do álbum foram "esquecidos" em banheiros de casas onde a banda tocava; fãs que encontravam os pendrives logo botavam as músicas na internet, devendando novas pistas).

Mas a bronca mesmo aconteceu alguma semanas depois do lançamento, quando Reznor estava na Austrália promovendo o novo álbum. Ele disse no site da banda que, ao encontrar o "Year Zero" à venda por 30 dólares na Austrália, ele conseguia entender porque as pessoas preferiam fazer download ilegal do álbum na internet. Ao questionar sua gravadora sobre porque na Austrália seu CD custa 30 dólares e o da Avril Lavigne custa 18, a resposta foi mais ou menos a seguinte: "É porque sabemos que você tem um público fiel que vai pagar o preço que for pelo que você lançar. Você sabe, fãs de verdade".

Puto da cara, Reznor disse que seus fãs estão na verdade sendo lesados por serem fãs de verdade, e que, assim que encerrar seu contrato com a gravadora, vai dispensá-la e lançar seus futuros álbuns direto pela internet. "Eu criaria uma embalagem bacana, caso o fã precise ter algo palpável", acrescentou. Legal.


Música, música, música...

Beck e Nine Inch Nails são só dois exemplos. Acho ambos interessantes porque apresentam, em meio às discussões envolvendo direitos autorais na internet, novas formas de produzir, promover e distribuir música na rede. São formas que vão além tanto do gravar CD, embalar caixinhas, colocar em prateleiras, fazer jabá em rádios, produzir videos e fazer jabá na MTV, como também do gravar em MP3, botar à venda pela internet, passar pro MP3 player e ouvir na fila do banco.

O que importa, no fim das contas, é a música.

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