A internet é o lugar certo pra acabar de vez com as coisas como nós as conhecemos. A privacidade, por exemplo. O assunto já foi tratado nesse blog pelo Leandro, mas agora eu resgato ele em função de novidades oferecidas pelo gigante da web.
Agora, a experiência de pesquisar lugares no GoogleMaps, pelo menos em algumas cidades americanas, está muito mais próxima de uma experiência realista. Se antes, conseguíamos boas definições com guias de ruas sobrepostos a fotos de satélite, hoje nos sentimos caminhando pelos locais escolhidos, mesmo que seja através de imagens estáticas.
O StreetView, nova ferramenta do GMaps, te dá a oportunidade de ver fotos dos locais pesquisados. Não satisfeito em ver a Golden Gate Bridge só de cima? Quer ver os taxis nova-iorquinos no Central Park? Ou uma das ruas de Las Vegas, a capital mundial do jogo?
Ponte Golden Gate, SF, direto do StreetView. Assustador. Pois é. Tudo muito legal, até que aconteça contigo o mesmo que aconteceu com Mary Kalin-Casey (original do New York Times), moradora de Oakland, na California. Mary acessou o serviço e, com o zoom, pôde ver seu gato na janela da sua casa. "Um gato é só um gato", dirão alguns. Mas e quando pegarem alguém saindo do banho? Cometendo suicídio? Fazendo sexo grupal? Uma coisa é sair do banho, se enxugar na sala com a janela acidentalmente aberta e alguns transeuntes te enxergarem; outra, completamente diferente, é ter uma foto tua batida nesse momento e disponibilizada para todo o mundo através de um site.
Mesmo com as implicações legais nesse tipo de situação, eu me pergunto até onde esse tipo de controle pode ir. Podem querer usar isso para tentar identificar e prender criminosos, porque não? Uma boa causa? Talvez. Mas e alguém pulando uma janela? É um ladrão ou um namorado adolescente se escondendo de seus sogros? Não dá pra dizer. Meu medo é que comecem a achar que as intenções das pessoas possam ser interpretadas através de imagens captadas na rua, que algumas situações possam ser prevenidas com a utilização desse tipo de serviço, enfim, que um Minority Report é realmente possível na vida real.
É aí que o bicho pega.Marcadores: Expressão Digital |