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A tal Cauda Longa - parte 3
Leandro Corrêa - 15 maio 2007 - 23:55
Em outubro de 2004, o editor-chefe da revista Wired, Chris Anderson, publicou um artigo, entitulado "The Long Tail", pregando o fim da era dos mega sucessos na indústria do entretenimento e demonstrando o peso da internet no crescimento vertiginoso do mercado de nichos. Devido à grande repercursão, Anderson criou um blog para desenvolver e discutir melhor seu artigo. Com a contribuição dos leitores, colocou suas idéias à prova durante dois anos, compilando informações, colhendo opiniões, realizando entrevistas e analisando dados oficiais de empresas como Google, Amazon e iTunes. Em junho de 2006, o resultado deste trabalho foi publicado no livro "A Cauda Longa - Do mercado de massa para o mercado de nicho".

O livro tem vários aspectos positivos, a começar pelos diversos insights do autor. Por exemplo, é muito interessante a analogia que ele faz entre o comércio eletrônico e o antigo modelo de vendas por catálogo, onde a loja chegava até o consumidor através de uma enorme lista de produtos sem precisar exibi-los em uma vitrine (em 1897, cita Anderson, o "Wish Book" da Sears trazia mais de 200 mil itens e variações!). Outro exemplo é a análise de Hollywood nos anos 80, época do avento do aluguel de filmes; relutante inicialmente, a indústria demorou a aceitar que suas exclusivas salas de escassos campeões de bilheteria dividiria espaço com milhares de salas de TV dos lares americanos ("foi traumático aceitar que uma família de cinco pessoas poderia pagar menos de U$ 20,00 para ver um filme de sua escolha") . Em ambos os casos, a transição de um modelo de escassez para outro de grande diversidade de ofertas (exatamente como faz a Cauda Longa na internet hoje) simplesmente revolucionou seus mercados em suas épocas.

À maneira como Chris Anderson encaminha suas idéias nos leva a crêr que a internet, portanto, está reconfigurando a economia de varejo. Antes da web, havia uma grande demanda e poucas opções de consumo; o resultado: poucos mega-sucessos. Com a web, a oferta foi amplificada exponencialmente, fazendo a audiência se diluir em milhares de nichos.

"Hoje, mais de 99% dos CDs existentes no mercado não estão à venda no Wal-Mart. Dos mais de 200 mil filmes, programas de televisão, documentários e outros vídeos que foram lançados comercialmente, uma loja típica da Blockbuster oferece apenas três mil. O mesmo se aplica a outros importantes varejistas e a praticamente qualquer produto, desde livros até artefatos de cozinha. A grande maioria das mercadorias não está disponível nas lojas. Por necessidade, a economia do varejo tradicional, movida a hits, limita as escolhas.

Quando se é capaz de reduzir drasticamente os custos de interligar a oferta e a demanda, mudam-se não só os números, mas toda a natureza do mercado".

Assim, uma vez que o leitor entende a afirmação de que na internet a Cauda Longa é regra, todos os possíveis contra-argumentos à esta idéia são rebatidos, um a um, até o fim livro. O mérito de Chris Anderson foi ter acesso à números oficiais para comparar Amazon com Barnes & Nobble, Netflix com Blockbuster, iTunes com Wal-Mart, além de pesquisas de mercado e outros estudos comparativos.

É baseado na análise destes dados que o autor consegue formular, por exemplo, o que na minha opinião é a nata de suas idéias e o que há de melhor no livro -- o que ele chama de "As 3 forças da Cauda Longa":

Força nº 1 ) Democratização das ferramentas de produção
É o que povoa a Cauda. Dizer que tecnologia digital barateou os custos de produção é uma obviedade, mas explica o boom de fotos digitais, gravação de CDs independentes, produção de curta-metragens, etc. Nunca foi tão barato deixar de ser amador e tornar-se profissional. A tecnologia digital colocou abaixo o monopólio da produção de conteúdo.

Força nº 2 ) Democratização da distribuição
Com a internet, pode-se disponibilizar todas as ofertas. Todas. Desde suas fotos, vídeos e músicas até suas idéias, vida social e privacidade. Tudo de graça.

Força nº 3 ) Ligação da oferta e demanda
É o boca a boca na internet, proporcionado pela chamada "sabedoria das multidões" (wisdom of the crowds): o poder de guiar os consumidores baseando-se em seus próprios movimentos. É daí que o Submarino te indicica "Quem comprou este livro X também comprou este Y", que o Orkut relaciona as comunidades "Viajantes RS", "Mário Quintana", "Gaúchas têm o que elas gostam" e "Grêmio" quando você visita a comunidade "Chimarrão", e que o YouTube sugere uma lista de videos amadores de truques com uma bola de futebol quando você assiste "the best street soccer freestyler". Se o site de comércio eletrônico souber interpretar a folksonomia, ele pode encorajar o consumidor a explorar outros produtos de nicho -- músicas e gêneros musicais alternativos, filmes independentes, videos amadores, livros de autores desconhecidos, e assim por diante... Cauda abaixo...

Não faz sentido? ;)

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