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Jeremias: um mundinho à parte?
Leandro Corrêa - 22 maio 2007 - 23:24
Esta semana o Camiseteria lançou uma camiseta bem legal chamada "Jeremias muito louco". Ela foi produzida e colocada à venda após uma ilustração, criada por Rodrigo Rezende, ter vencido a votação que acontece regularmente no site, onde as pessoas podem criar e escolher quais ilustrações "merecem" virar estampa de camiseta. Em outras palavras, o Camiseteria coloca à venda exatamente as camisetas que os usuários da comunidade do site deseja comprar. Um baita negócio, enfim. Mas o que mais me chamou a atenção foi a vitória da estampa do Jeremias: ela representa a prova do poder que a internet tem de propagar "memes".



De acordo com o Oráculo 2, o termo "meme" foi cunhado e popularizado em 1976 pelo biologista Richard Dawkins, e refere-se à uma "unidade de informação cultural" que pode se propagar de uma mente para outra. Um "meme" seria como a unidade mínima da memória, assim como é o gene em relação ao código genético. Mais informações com o Oráculo 1.

O vídeo do Jeremias tornou-se um "meme" graças à internet, que proporcionou sua popularização de maneira espontânea: um ano após cair no YouTube, várias pessoas já o assistiram e o recomendaram, fazendo Jeremias espalhar-se como um vírus e tornar-se conhecido por milhares de internautas brasileiros. Que agora o elegeram estampa de camiseta.

Outros "memes" que me vêem à memoria (tum dum dum...!) agora, propagados pela internet, são o perfil da Katilce no Orkut, a entrevista da Ruth Lemos Sanduíche-iche, o audio das "áveres somos nozes" e Lindomar - o SubZero brasileiro. Estes exemplos têm origem em eventos que aconteceram por aí e poderiam ter acabado por aí mesmo, não fosse a reverberação que as pessoas geraram deles pela internet. Isto, porém, não é a regra, visto que as comunidades "with lasers!" do Orkut e a ótima campanha contra a dengue da Secretaria de Saúde do RS são, por exemplo, "memes" cujas origens estão na própria internet.

Entretando, a camiseta do Jeremias dificilmente se encontraria à venda numa loja de roupas de Shopping Center; o comercial da Ruth Lemos para a Intelig 23 deve ter feito mais sucesso no YouTube do que na TV (chute meu!), pois nem todo "meme" que a internet viraliza estrapola a rede: a Mídia tradicional (Publicidade e Televisão, principalmente) ainda é quem comanda a massificação de "memes" (o casal Unibanco, o garoto Bombril, os DDDs da Embratel, quem matou Odete Roitman, etc).

Ainda assim, na internet a estampa do Jeremias é um sucesso, pois uma vez "meme" por aqui, sua popularidade estará diretamente ligada ao alcance da rede -- esse mundinho onde reverberam Katilce, Ruth Lemos, Lindomar e outras tantas bobagens. A internet agora, vejam só, concorre com a TV e com a Publicidade como fonte para nosso arsenal de cultura inútil!

Mesmo assim, esses vários "memes" e seus mundinhos à parte chamam bastante a atenção, e a tendência é que surjam mais conforme a audiência da internet for crescendo. Por enquanto, a resposta sobre seu atual alcance pode vir da seguinte pergunta: se você vestir uma camiseta do Jeremias, quantas e quais pessoas do seu círculo social reconheceriam a graça da estampa?

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