É como diz a música: Romário é rei! 20 de maio de 2007. Uma data pra ficar pra história. Eu estava no Olímpico quando o sistema de som anunciou que o baixinho chegara finalmente a marca de mil gols numa carreira gloriosa.
Eu sei que muita gente não gosta dele, que teve gente até torcendo contra e tudo. Tudo bem que o Romário é tão marrento quanto é goleador, que procura a polêmica com a mesma sede com que procura a rede. Mas é inegável a importância dele para o futebol.
1989. Eu, meu pai e o tio Toninho (lá em São Paulo é comum a gente ter tios emprestados.) assistíamos à final da Copa América. Brasil x Uruguai, Maracanã lotado, segundo tempo e zero a zero. Aquela sala estava tensa, as cervejas não desciam nos copos dos adultos e eu não sabia direito o que significava seleção nem copa. De repente, bola na área e Romário de cabeça faz o gol do primeiro título da minha vida.
Os dois berravam, se abraçavam e pulavam como loucos quando aquele gol saiu. Eu fiquei um pouco assustado na hora, mas normalmente é assim: a gente se assusta quando aprende alguma coisa nova, e eu acabara de aprender a comemorar gols.
Romário foi, dessa forma, o primeiro artilheiro em quem eu sabia que podia confiar.
Quatro anos depois, o teimoso Parreira parecia – ou fingia – não perceber o que eu já tinha descoberto com seis anos de idade. Por causa desse capricho a seleção quase ficou de fora de uma copa pela primeira vez na história. Mas na ultima rodada o técnico caiu em si e chamou o baixinho. Romário mais uma vez o herói, no Maracanã contra o Uruguai, do jeito que eu tinha certeza que ele podia fazer.
E na copa que seguiu... ok, Dunga, Taffarel e Bebeto jogaram muito, mas foram raras as vezes em que um jogador ganhou um campeonato para uma seleção como Romário fez em 1994. Sem dúvida e com sobras o melhor atacante que eu vi jogar, um craque ao cubo por excelência.