Quem me acompanha por aqui sabe que eu acompanho bastante o mundo do open source. E quem acompanha esse mundo, nos últimos tempos tem acompanhado uma guerra bastante interessante, entre a gigante monopolista dos softwares e a comunidade do software livre, que envolve usuários, desenvolvedores e grandes empresas.
A Microsoft afirma que os programas open source violam 235 patentes que são propriedade intelectual da empresa, e por isso está querendo começar a cobrar os royalties devidos. Linus Torvalds contra-ataca dizendo que a violadora de patentes é a própria Microsoft, que teria sugado suas idéias da IBM, já nas décadas de 70 e 80.
O fato é que, como já foi discutido anteriormente na coluna Tá Tudo Interligado, o copyright e a propriedade intelectual - da forma como nós os conhecemos - estão com os dias contados. E isso não se trata só de música ou de filmes: os softwares também estão no mesmo barco. Simplificando, softwares não são nada além de... informação. Zeros e uns agrupados para permitir que um usuário de computador execute determinadas funções. Assim como os acordes de uma canção ou as imagens de uma película.
A diferença, no caso da informática, é que os softwares livres têm tomado uma grande fatia do mercado dos softwares proprietários de forma legal, sendo cada vez mais adotados por grandes empresas e (com um pouco menos de força) usuários domésticos. Grandes empresas que, diga-se de passagem, são clientes tanto de empresas de open source quanto da Microsoft.
Softwares estão sempre evoluindo - e uma boa idéia acaba sempre ganhando espaço e sendo utilizada em outros softwares (navegação por abas no Internet Explorer 7?!). Desenvolvedores estão sempre "roubando" idéias para seus projetos, intercambiando informações para aumentar a usabilidade e a eficiência de seus programas. Ou seja: a Microsoft pode até deter essas tais patentes que reivindica, mas seguramente outras empresas detêm outras tantas patentes violadas pela empresa do tio Bill. Resta saber se a gigante do software tem cacife o suficiente pra bancar essa guerra e - o mais importante - sair vencedora.
Eu acho que não - e não estou sozinho.Marcadores: Expressão Digital |