É muito fácil imaginar mil maravilhas que a internet pode proporcionar para a sociedade, para a economia, para a política, para a comunicação, e assim por diante. É o que eu mais faço aqui. Mas para quem vive no Brasil, de vez em quando é preciso colocar os pés no chão, olhar para os números da nossa internet e parar de sonhar: somos "um país dentro de um país".
Esta expressão eu encontrei numa das telas da apresentação feita por Michel Lent no MSN Innovate, envento ocorrido recentemente na Noruega. Lá, ele desenhou um quadro sobre a população brasileira on-line apresentando estes números nesta linha de raciocínio: • Somos 188 milhões de habitantes; • Menos de 20% de nós tem acesso à internet; • Destes 20%, 95% pertence às classes A e B;
Ou seja, trata-se de um país dentro do Brasil. Não chega a ser uma surpresa, é verdade, mas confesso que olhar para dados concretos me desanima. Pra compensar o balde de água fria, recorri a outros números -- estes mais animadores. São das últimas pesquisas do IBOPE/NetRatings e indicam o seguinte:
• Em janeiro de 2007, o brasileiro gastou em média 21 horas e 20 minutos com a internet. É um record mundial - ganhamos da França (20h55), Estados Unidos (19h30) e Alemanha (18h56); • Em relação ao mesmo período do ano passado, o acesso residencial à internet cresceu 10,7%, passando para 22,1 milhões de pessoas [fonte] • De 2001 a 2006, o número de conexões banda larga cresceu 1.639%, totalizando 5,7 milhões de pessoas. Só em 2006, o crescimento foi de 40% [fonte]
Além disso, desde o começo do ano a Anatel vem anunciando que ultrapassamos a marca de 100 milhões de celulares ativos no Brasil.
Assim, nem tudo está perdido. Apesar do imenso abismo entre o público altamente qualificado (leia-se endinheirado) com acesso à internet e a maioria absoluta da população brasileira, completamente alheia às maravilhas da rede, as perspectivas são, médio e longo prazo, de melhoria e crescimento. É também o que eu espero.Marcadores: Tá tudo interligado |