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Breves notas sobre viajar de avião
André - 02 abril 2013 - 20:31
- Todos os aeroportos possuem, obviamente, pistas de decolagem e pouso. E todas essas pistas de decolagem e pouso possuem enormes faixas de segurança em alguns locais. Não sei dizer exatamente qual é a função delas - acredito que sejam referência para determinadas ações dos pilotos, como, por exemplo, marcar o ponto inicial onde o avião inicia sua corrida desenfreada em busca dos céus. Entretanto, gosto de imaginar uma guriazinha tentando atravessar a pista por ali e sendo impedida por uma mãe que diz "cuidado, filhinha, espera o avião passar antes de atravessar";

- A percepção de que um avião é um avião só existe fora dele. Quando na parte de dentro, a realidade passa ser menos a de uma aeronave e mais a de um grande tubo asséptico e monocromático, repleto de gente entediada e apressada. Tipo uma repartição pública que voa;

- Dizem que a decolagem e o pouso são os momentos mais perigosos. Pode ser, não sei. Minha única certeza é a de que decolar junto com um avião produz uma das sensações mais esquisitas possíveis, pois, conforme anos de aprendizagem prática da física mecânica ensinaram ao corpo, a decolagem é seguida pela inevitável expectativa de que o avião logo comece a descer (o que acontece em qualquer propulsão cotidiana que nos tire do chão - um pulo, um tropeço, etc). É necessário reconfigurar todo o sistema nervoso (e de crenças) para superar isso, o que muitas vezes leva entre cinco e quinze minutos e frequentemente é externado de alguma forma - no meu caso, por exemplo, são os olhos fechados com força e a repetição constante do mantra "a gravidade é uma ilusão";

- Viajar de avião, aliás, é uma experiência de desapego completo do controle, visto que nem a ilusão de controle consegue embarcar junto. Um passageiro de avião simplesmente está sujeito a tudo que acontecer, sem poder tomar medidas preventivas e/ou reativas em noventa e cinco por cento das vezes. Seria a oportunidade perfeita para se resignar com o fato de que o mundo todo está além do alcance e relaxar, não fosse o fato de que é impossível relaxar quando se está a quilômetros de altura da zona de conforto;

- Dizer que mais pessoas morrem em acidentes de carro do que em acidentes de avião não me deixa mais tranquilo ao andar de avião, só mais nervoso ao andar de carro;

- As aeromoças possuem um nível profissional tão elevado que conseguem ser extremamente cordiais e frias ao mesmo tempo. Talvez por isso não atinjam aquele status fetichístico que se vê em outras profissões como enfermeiras, cheerleaders, médicas, salva-vidas, tenistas, empregadas, executivas, ginastas, atrizes, escritoras, cantoras, policiais, recepcionistas, protagonistas femininas de jogos de videogame, psicólogas, dançarinas, juízas, bandeirinhas de futebol, gandulas, vendedoras, cientistas, jornalistas, publicitárias (principalmente do setor de atendimento), repórteres, âncoras, artistas, tatuadoras, chefs e prostitutas.
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