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O maldito processo criativo
André - 18 março 2013 - 22:19
O processo criativo é algo que, normalmente, as pessoas têm em alta conta, tratam com uma certa reverência, independente de como ele acontece ou no que resulta (tipo o Tim Burton, assim). O que é muito bonito e legal e tal, confere aquela atmosfera de "artista expressando seus sentimentos e opiniões" que tanto faz as meninas mostrarem os peitos em shows de rock. Mas, na minha experiência, a situação é costumeiramente desgastante, repleta de encruzilhadas, indecisões, momentos onde o cérebro sai para almoçar e não dá sinais de que vai voltar logo. Sim, normalmente há um estopim que é aquele insight inicial onde várias ideias acabam se juntando para montar algo novo (processo que eu chamo carinhosamente de "Cognição Lego"), fazendo com que o cara se sinta iluminado e tenho que resistir à tentação de gritar algo como "eureka!" ou "é isso aí, cacete!" ou ainda "Juliana, estou te largando porque agora vou virar um escritor/músico/cineasta/pintor de sucesso e ter várias mulheres aos meus pés e um cachorro chamado Shakespeare".

Entretanto, o que se segue a essa empolgação inicial são horas de água batendo na pedra em busca de um espacinho mínimo para passar. É tudo tão pensado e exprimido até a último gota que me impressiona como a coisa eventualmente parece natural. Sabe quando vocês compram alguma coisa e a coisa vem com algum defeito e desencadeia um processo de troca estressante, infernal, muito possivelmente fatal para algum dos envolvidos? É exatamente assim que a arte acontece. Não à toa Philip Roth, ao se aposentar dos livros, disse que "a batalha finalmente terminou" e Douglas Adams cunhou a sábia frase "odeio escrever, adoro ter escrito".

Pensando a respeito, talvez o processo criativo seja uma grande metáfora da vida, onde batalhamos internamente, escondemos desejos, construímos uma personalidade apenas para parecer natural.  O mesmo processo que moldou estes três singelos parágrafos aqui é intrínseco a todos os seres humanos, fazendo parte de sua identidade desde sempre.

A conclusão é inevitável: pessoas são posts de blogs.
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