Após a vitória do Real Madrid sobre o mimizento time do Barcelona ("damos passes e toquezinhos, nos amem!") na Copa do Rei, partida que deve fazer os embates entre as equipes na UCL terminarem em guerra civil na Espanha, uma série de acontecimentos devastou as atuais convenções futebolísticas em um espaço mínimo de tempo: o Botafogo, embora desclassificado, desceu o sarrafo em cima do Avaí, liderado por um Loco Abreu descontrolado e babando sangue e provavelmente gritando "LA REVOLUCIÓN"; o Fluminense não apenas se classificou de forma épica como também desandou pra pauleira generalizada (e se temos que respeitar uma equipe que se classifica na última hora e enfrenta a briga de peito aberto, temos que respeitar também o número 18 do Argentino Juniors, que saiu tocando o terror em quem estava na frente não importando tamanho, cor, religião ou número de adversários); os confrontos das oitavas de final da Libertadores estão tensos e prometem partidas acirradas; dependendo dos resultados desses confrontos, podemos ter o Fluminense digladiando novamente com a LDU, tal qual na sensacional final de 2008; e, principalmente, se vencerem suas partidas, Grêmio e Inter caminham para um monstruoso Gre-Nal nas quartas de final da maior competição das Américas, que certamente há de destruir estádios, devastar paixões e redefinir uma geração inteira de torcedores de futebol.
A impressão que eu tenho é a de que, após Rooney ser suspenso durante dois jogos por proferir palavrões frente às câmeras enquanto celebrava um gol (essa punição provavelmente foi o momento onde o esporte como o conhecemos chegou mais perto do fim), o futebol rangeu os dentes, cerrou os punhos e resolveu acabar de vez com a balbúrdia. Talvez ainda seja cedo para avaliar e estejamos apenas vivendo uma breve fase iluminada, mas de repente podemos ter dado o primeiro passo para voltar a uma época onde logotipos eram distintivos, wingers eram pontas e celebrações de gols eram gritos, não dancinhas. |