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Análise de Under Cover of Darkness, novo clipe dos Strokes
André - 03 março 2011 - 13:31
Depois de passar alguns anos no limbo, os Strokes voltaram, trazendo junto todo o frenesi que os acompanha. E ainda lançaram um belo clipe para o novo single, cheio de simbolismos e afins - mas, como eu não entendo nada de Strokes, passo para a Marília, do sensacional fake carousels, fazer uma análise completa do videoclipe - confiram o vídeo abaixo e leiam a análise dela logo a seguir:



Após o lançamento do álbum First Impressions Of Earth, os nova-iorquinos da banda The Strokes decidiram dar um tempo, e cada integrante (menos o guitarrista Nick Valensi) resolveu se dedicar a um projeto solo, onde poderiam fazer aquilo que queriam fazer quando estavam juntos e não podiam.Os motivos dessa insatisfação eram em parte por conta dos problemas do vocalista Julian Casablancas, que se sentia sobrecarregado e até mesmo infeliz (principalmente por conta de sua dependência alcoólica exagerada). Por outro lado os outros integrantes sentiam-se excluídos do processo criativo.

Mas tudo isso passou e os Strokes estão com um álbum novo, intitulado “Angles”, que será lançado no dia 22 de Março. O clipe do single “Under Cover Of Darkness” é cheio de simbolismos e faz o coração de qualquer fã bater mais forte. E eu, humildemente, acho que entendi a mensagem e vim aqui compartilhar com vocês. Sintam-se livres pra retrucar tudo que eu escrever a seguir.

O clipe começa com Julian vestido de maestro, em uma clara alusão à sua liderança na banda. Daí o diretor Warren Fu passa a mostrar os integrantes em um corredor de um teatro antigo de Novos Jersey, cada um em um canto, bem separados mais ainda juntos (lembra da história das carreiras solo?). A próxima cena foca numa grande cadeira vazia na ponta de uma longa mesa, numa sala onde todos os integrantes estão, menos Julian. O vocalista é mostrado sozinho, suas habilidades de atuação AFLORAM, e ele canta a música de maneira a se mostrar inquieto, confuso e perturbado. Julian “dá as cartas” (em outra alusão à sua liderança polêmica) e joga fora a bebida que está na taça que segura (ele declarou recentemente ter parado de beber).

Em certo momento Julian parece se cansar da posição em que se encontra e se levanta disposto a mudar. E é com a sequência que vem a seguir que o diretor faz a alegria dos fãs mais saudosos. Por volta do minuto 2:05, o vocalista repete exatamente os mesmos gestos que fez no primeiro clipe da banda, da música Last Nite, pegando o pedestal do microfone e o jogando pra cima. E faz isso exatamente no momento em que a letra da música diz: “Everybody's singing the same song for ten years” (o álbum “Is This It?” foi lançado em 2001, estamos em 2011...Faça as contas.)

As cenas seguintes são de Julian passando pelos outros integrantes, e os ignorando (e sendo ignorado) até um certo ponto. Quando olha pra trás e não vê ninguém, e o solo de Nick Valensi (agora tocando uma Telecaster e não uma Epiphone) começa a encher nossos ouvidos de nada mais do que ALEGRIA, Julian passa a usar o mesmo tipo de figurino que seus colegas (sem perder seus badulaques estilosos, claro) e se dirige para o palco do antigo teatro.

E é lá que ele termina de cantar a música, agora junto de Nick, Nikolai, Albert e Fabrizio. Ele não é mais o maestro, toda responsabilidade não está mais em suas costas e a presença de todos é ressaltada como importante. A câmera se afasta pra mostrar a platéia e não vemos ninguém, o que me leva a crer que quem aplaude somos nós, na frente do computador. Antes disso, vemos sorrisos de satisfação e felicidade por estarem juntos de novo. Que só não são maiores que os sorrisos dos fãs, que acabaram de assistir o videoclipe e agora tem certeza: eles voltaram e tudo está certo novamente.
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