Depois do morcego, agora temos um cachorro aqui em casa. Mas esse foi escolhido, aprovado, passou pelo trote, recebeu o título de sir, foi adicionado no Twitter, enfim, é um bicho de estimação oficial. Um pequeno yorkshire, macho, peludo feito uma capa da Playboy dos anos 80, cujo único objetivo de vida parece ser o de mastigar seu caminho até o sucesso.
Eu queria chamar ele de "007", só que o resto do mundo não compartilha de um senso NOMINAL tão apurado quanto o meu. Ainda assim, é engraçado ver o cachorro correndo alucinadamente pela casa, esbarrando de fuça em todas as paredes, levando rasteiras de todos os obstáculos à sua frente e, por vezes, digladiando ferozmente com o próprio ar e levando a pior. Uma metáfora perfeita de como o otimismo da juventude nos leva apenas a resvalar e beijar o chão, ou bater de frente contra um muro. Do alto da minha maturidade cínica, é impossível não esboçar um sorriso de ternura ao ver tamanha disposição em reeditar o famoso carpe diem, conceito também conhecido como "tu já assitiu A Sociedade dos Poetas Mortos?".
Afinal, sei que logo vem a puberdade, e os conflitos, e os questionamentos, e a inocência se perde, e o Max, tão realizado nos dias de hoje, breve estará chorando pitangas no cantinho por causa de uma cachorra qualquer. |