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A crueza a ver navios
André - 22 junho 2010 - 21:17
Juliet, Nua e Crua - Nick Hornby
Nick Hornby surge aqui um pouco mais melancólico, arrisco até dizer mais maduro, e não tem pudor nenhum de fazer suas personagens comerem o pão que o Robinho amassou - e, uma vez que Hornby sabe como poucos fazer a gente cair de joelhos pelas pessoas que habitam a história, por vezes é cruel acompanhar o DESCENSO delas. Seu texto continua impecável, fluido feito o meio de campo da Argentina e recheado de insights inspirados, que ora levam o leitor a rir, ora deixam o leitor triste, de beicinho e pensando na vida. Ainda que não trabalhe certos temas tanto quando poderia, Juliet, Nua e Crua é uma das melhores e certamente a mais profunda do autor inglês.

De repente Annie se sentiu esmagada pela total inutilidade de seu relacionamento com Duncan. O relacionamento não era apenas irremediável na forma em que se encontra; sempre havia sido irremediável. Fora um desajeitado encontro nascido na internet, com um homem inadequado e entediante, mas que tinha durado anos, anos e anos.

Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo - Patrick O' Brian
Embora a história se passe durante as guerras napolêonicas, aqui a ação, tal qual um lateral esquerdo, fica em segundo plano. Porque Patrick O'Brian destrincha devastadoramente a vida em um navio de guerra, dando atenção a detalhes mínimos da embarcação e usando um vocabulário que deixará o leitor sem norte (desculpem, piada obrigatória). É joanetes pra cá, barlavento pra lá, todos atirados no texto sem a menor cerimônia - mas, longe de afastar o leitor, essa estranheza faz com que ele sinta que realmente está observando o cotidiano daqueles homens (e uma detalhada ilustração do navio, com suas partes devidamente nomeadas, diminui em uns 80% a ignorância náutica de qualquer um). O texto, bastante rebuscado e detalhado, insere facilmente o leitor na trama e puxa o gatilho da imaginação dele. Mas é o carinho e respeito com que O'Brian trata suas personagens, especialmente o capitão Aubrey e o Dr. Maturin, investindo na relação entre elas como se não houvesse amanhã, que torna Mestre dos Mares tanto um registro de uma época como uma cativante história de aventura marítima.

De sua parte, Jack sentia-se em perfeito contato com o seu navio: navegar à bolina cochada era algo que tanto ele quanto a fragata conseguiam fazer admiravelmente bem, e enquanto ele permanecia ali, oscilando com o balançar do convés, tinha a percepção das leves guinadas ou quebras no seguimento que esta realizava. Vestia um velho casaco azul, pois fazia uma fresca manhã, embora estivessem tão próximo da linha dos trópicos, e o borrifo e até mesmo a água compacta que varria a popa, cada vez que o Surprise ombreava um dos mares mais íngremes, eram ainda mais frescos, deixando com um brilhante rosado seu rosto recém-barbeado.

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