Esquadrão Classe A (The A-Team) 3/5
Direção: Joe Carnahan Roteiro(?): Joe Carnahan, Brian Bloom e Skid Woods, baseados na série de TV
Elenco Liam Neeson (Hannibal - não, não aquele) Bradley Cooper (Tenente "Cara-de-Pau" Peck) Sharlto Copley (Murdock) Quintom "Rampage" Jackson (B.A. Baracus) Jessica Biel (mina)
Um grupo de quatro soldados de elite, com a experiência de veteranos e a mentalidade de adolescentes, é contratado pra recuperar um McGuffin umas placas usadas pra fabricar dólares americanos. Mas eis que eles são traídos e presos por coisas que não fizeram. Então resolvem botar ordem na casa, limpar seus nomes e gastar boa parte do orçamento da produção com cenas de ação.
Logo no início do filme, vemos o lettering "Em algum lugar do Iraque". Pouco depois, surge outro, com os dizeres "em algum outro lugar do Iraque". Além da piadinha meia-boca, isso já diz ao espectador que absolutamente nada naquela história será levado a sério, e e qualquer vestígio dessa tal de seriedade na trama será severamente fuzilado junto com os inimigos dos mocinhos. O que é um grande acerto, pois abre as portas para a diversão alucinada que permeia Esquadrão Classe A - afinal, os caras parecem estar se divertindo enquanto quase são fuzilados, e o elenco parece ter se divertido durante as filmagens, e diabos, isso faz com que o espectador goste deles e se divirta junto.
Até porque, se não fizer isso, vai dar com os burros na água. A trama do filme é inconsistente, mais furada do que dedo-duro de mafioso, e em nenhum momento chega perto de fazer sentido. Tipo, por que os dois vilões iam se aliar após um ter traído o outro? Eles não tem MEMÓRIA? E qual é a função da Jessica Biel na coisa toda? Além do mais, toda e qualquer tentativa de dar profundidade dramática falha miseravelmente (alguém realmente levou a sério aquela crise de consciência do Baracus? Ou o XAVECO entre Cara-de-Pau e aquela mina que precisa ser o romance dele?). Entretanto, quando se propõe a colocar seus protagonistas correndo e alucinados e destruindo coisas por aí, o filme ganha um pouco de vida(muitas vezes exagerada, claro: a piada sobre o medo de voar de Baracus perde a graça após a 88ª repetição). E mesmo que os clichês do gênero acabem diluindo a força do ato final (será que Cara-de-Pau será salvo no último segundo? Não percam) e alguns flashbacks carimbem a expressão "burro" na testa do público, há espaço de sobra para boas frases de efeito ("o exagero é subestimado") e para o carisma dos protagonistas.
"Temos um problema: faz 8 minutos que nada explode." Do outro lado das câmeras o diretor Joe Carnahan trabalha com uma fotografia que puxa um pouco pra tons sóbrios e sombras, remetendo ao visual de filmes de guerra menos, hm, sem noção. Isso não apenas faz com que o espectador identifique prontamente aquilo tudo como uma zona de combates/espionagem, mas também cria um contraste interessante com a abordagem absurda da história - essa imagem "realista" torna as piadas mais imprevisíveis e, por consequência, mais engraçadas. Infelizmente a ideia de trazer à produção o conhecido OCP ("Operador de Câmera com Parkinson"), embora busque respaldo na tentativa de contribuir com os TREJEITOS de um filme de guerra, torna as cenas de ação mais confusas do que o meio de campo da seleção Brasileira. Tudo chacoalha, e todo mundo chacoalha, e eu não sei se aquele monte de containers no final foram derrubados pelas explosões ou pela câmera. Associar isso a uma computação gráfica CHINFRIM acaba tornando as cenas de ação um tanto bocejantes. Não me levem a mal, eu gosto de explosões, mas gosto ainda mais quando as coisas explodidas não são apenas uns e zeros. Como já falei antes, a FANFARRA alucinada do elenco é o grande KAKÁ de Esquadrão Classe A, principalmente quando o carismático Sharlto Copley (de Distrito 9) está em cena, assim como Liam Neeson e seu nariz. Por outro lado, Jessica Biel mostra que, quando coberta de roupas, torna-se tão expressiva e sexy quanto uma PÊRA. Já os vilões não são nada além de um sistema de suporte para ganância e algumas frases de efeito. Um filme absurdo, com uma história ridícula, efeitos ruins e cenas de ação que, além de previsíveis, foram editadas da mesma forma que um cozinheiro fatia cenouras. Ainda assim, é salvo pela simples diversão descompromissada, desde que o espectador esteja disposto a ignorar toda a balbúrdia nonsense feita por um bando de adultos que ainda vivem na adolescência - e não falo aqui dos soldados usando um tanque com pára-quedas, mas sim da equipe de produção bolando cenas de ação que custam muita grana, transformando elas em filme e gritando "é isso aí!" toda vez que surge a oportunidade de explodir algo. Marcadores: Peliculosidade |