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Tá no ar
André - 04 setembro 2009 - 19:12
Se tem uma coisa com a qual jamais vou me acostumar, além das convocações esdrúxulas do Dunga, essa coisa é andar de avião. Sério. Foge à minha noção de absurdo que toneladas de ferro e aço consigam zombar da gravidade só porque são confeccionados em um formato bacana. Eu sei, eu sei, tem todas aquelas questões de engenharia, aerodinâmica, magia negra, etc, mas mesmo assim, é uma historinha conveniente demais. Na minha cabeça, o que as aeronaves fazem é dar um pulão entre um aeroporto e outro - por isso a necessidade de escalas em vôos mais longos, como numa competição de salto triplo.

Uma vez dentro do aparelho que odeia Newton, as coisas parecem mais mundanas. Existem janelas, existem poltronas, e, como em qualquer ônibus, o avião dá uns trancos de vez em quando (o que, uma vez que tu perceba que não há estrada de chão embaixo pra que o dito-cujo dê esses trancos, torna-se algo incomum). Falta a cordinha pra puxar quando estiver chegando na parada, mas tudo bem, dá pra viver sem isso. Já a calma das aeromoças é algo aterrorizante - percebam as expressões de ESTOU ASSISTINDO UM DOCUMENTÁRIO SOBRE COPOS que elas fazem ao indicar procedimentos que devem ser realizados em caso de DESPRESSURIZAÇÃO, ATERRISAGEM NA ÁGUA, POUSO DE EMERGÊNCIA e GREVE DOS CONTROLADORES AÉREOS. Como é que elas não fazem ao menos uma careta enquanto é discutida a possibilidade da aeronave beijar o chão? São um bando de ciborgues? Drogam-se antes dos vôos (BEIJA O CHÃO, reforma!)? É angustiante!

A decolagem e a aterrisagem são até fáceis de encarar, caso a pessoa já tenha andado de montanha-russa ou transporte coletivo alguma vez na vida. A parte da disposição nas poltronas, entretanto, exige um pouco mais de cautela: inicialmente, todo mundo quer se regozijar na janela e tal, pra ver o mundo do alto. Nesse caso, sugiro escolher um lugar distante da asa, pois ter aquele objeto em primeiro plano com o resto do planeta ao fundo um tanto desfocado dá uma sensação meio chroma key. Mas se a pessoa já fica tonta ao subir em tapetes, talvez o ideal seja um espaço mais perto do corredor e do banheiro, uma vez que abrir o vidro pra vomitar resultaria em uma tragédia sem precedentes (há também a possibilidade de se aventurar na janela em um vôo noturno, onde as cidades ficam parecendo nada mais que circuitos eletrônicos. Ou seja, na hipótese daquele monte de aço sucumbir à gravidade, o maior prejuízo do acidente seria uma eventual troca na PLACA-MÃE). Além do mais, a pessoa no corredor é sempre a primeira a receber os lanchinhos, e convenhamos, todo mundo fica feliz em ser o primeiro.

O engraçado é que andar de avião torna-se uma experiência de extremos, pois envolve aquele momento onde o sujeito se pega lendo um livro como se estivesse deitado na rede de casa, e também aquele momento onde o sujeito olha pela janela e perde o fôlego. Do comum ao extraordinário, do rotineiro ao surreal, em questão de segundos. E, claro, dando suas passadas pelo suspense, também - afinal, não podemos nos esquecer das "zonas de instabilidade climática". Nem dos banheiros. Vai que alguém dá a descarga naquela porra a vácuo e acaba despressurizando toda a cabine...
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