Grêmio 0 x 0 Caracas Gols: Nem Local: Estádio Olímpico Monumental, Porto Alegre
Ah, o Grêmio. Time de tantas tradições, tantas conquistas, tantas vitórias. Equipe peleadora, que se atira sobre o pescoço do inimigo na primeira oportunidade, que briga até o apito final, e as vezes até depois do apito final. Esse Grêmio, cativante, arrebatador, encara o mundo moderno com desprezo e não abre mão de seus antigos hábitos: ainda estão lá a raça, a entrega, o coração, e, claro, a obrigação de se classificar no último suspiro, mesmo enfrentando uma equipe de cadeiras de praia.
O Caracas veio a Porto Alegre com a impossível missão de vencer ou empatar com gols. Digo "impossível" porque um time daqueles não merece confiança nem para atravessar a rua. Aliás, eu sequer deixaria o Caracas tomando conta do meu cachorro enquanto vou à padaria. O fato é que a equipe venezuelana chegou aqui e deu de cara com um Grêmio bem articulado, onde Tcheco distribuía passes como quitutes em uma festa e Adílson elevava-se à décima quarta potência. Mas as chances de gol esbarravam no cabelo esvoaçante de Xuxa López, que não convertia as intrincadas tramas em tentos. Seguiram-se mais alguns minutos de uma onda batendo contra um rochedo, um pênalti claríssimo não marcado a favor dos tricolores e a sensação de que a partida já poderia estar liquidada.
Veio o segundo tempo, e como uma sequência Hollywoodiana o Grêmio continuava com os mesmos erros. A ladainha se repetiu até o final, quando a tradição de se classificar no sufoco entrou em campo e a cueca apertou. O Caracas teve seus momentos de lucidez e quase se classificou num lance onde Réver deu o maior carrinho da história do universo, e em outro onde o atacante venezuelano decidiu continuar virgem e ignorou o gol aberto, cabeceando pra fora. A equipe tricolor ganhando as vagas para as semi, e agora enfrenta São Paulo ou Cruzeiro, mas é preciso melhorar: nem sempre o Regulamento estará disponível para ser escalado.Marcadores: Libertadores 2009 |