Ouvi dizer que surgiu um novo reality show chamado A Fazenda (título mais que apropriado: temos a mulher-samambaia, a Marina Mantega, mais um monte de asnos, e todo mundo entrou lá achando que iriam lavar a égua sem saber que vão acabar dando com os burros n'água). Esse ano já tivemos BBB, parece que o tal No Limite vai voltar, entre tantos outros que preenchem a falta de criatividade da televisão com criatividade em falta.
A principal característica desses programas é que não precisamos ficar com o ouvido na porta: tudo que acontece ali, da coisa mais insignificante à coisa mais insignificante, é ampla e maciçamente divulgado pela Grande Mídia (óh, poderosa, alimentai-nos). Fulana saiu pra tomar banho de sol com o biquíni aparentemente enfiado no rabo por um míssil Tomahawk? É notícia. Fulano conseguiu soletrar a palavra "copo" após doze tentativas? Notícia. Incidente pequeno causa discussão violenta, que gira em torno de cinco frases, todas elas colocando a mãe de algúem como uma senhora que pratica atos imorais em troca de compensação financeira? Manchete de capa, logo acima da chamada para o editorial, que condena toda e qualquer forma de violência.
Pois bem. Notícias sensacionalistas sem relação com a "trama" original; exposição de eventos insignificantes para manter a pauta; aproximação da câmera e close em imagens dramáticas para dar intensidade e comover o público.
Corrijam-me se eu estiver errado, mas... é o desaparecimento do vôo 447 da Air France um reality show? |