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Orgulho da Seleção
Leandro Corrêa - 22 julho 2006 - 13:45
A Globo começou a exibir esta semana uma chamada para os jogos da Liga Mundial de Volei. A vinheta mistura mensagens positivas de jogadores como Giba e Ricardinho, e do técnico Bernardo Resende, com belas imagens onde atlétas da Seleção Brasileira de Volei atacam, defendem e comemoram - tudo sobre uma trilha sonora à lá “Esporte Espetacular”. É emocionante mesmo, mas tem um detalhe ridiculamente oportunista: a mensagem que a vinheta tenta passar é de que “esta é a verdadeira Seleção Brasileira que caminha para o Hexa”.

É quase um insulto ter que ouvir isso depois da overdose de favoritismo que a Globo e a mídia toda promoveu para a patética apresentação do nosso futebol na Copa da Alemanha. E digo mais: é uma mentira, um grande erro procurar semelhanças entre as duas Seleções e suas campanhas rumo ao Hexa.

A primeira grande diferença está na renovação do time. Nas Olimpíadas de Atlanta (1996), por exemplo, a Seleção brasileira de Volei era composta basicamente pelos mesmos jogadores que haviam conquistado o inédito 1º lugar nos jogos de Barcelona (1992). No entanto, o rótulo "Geração de Ouro" não bastou e o Brasil, mesmo favorito, foi eliminado nas quartas-de-final tanto em Atlanta quanto em Sydney (2000). Quando se iniciou um processo de renovação da Seleção, apartir de 2001, a situação mudou consideravelmente: medalhistas olímpicos como Giovane, Tande e Maurício passaram a dividir a quadra com novos jogadores, como Giba, Nalbert, Dante e Ricadinho, que vinham se destacando na Superliga. A troca de experiência entre atlétas veteranos e novatos deu muito certo, o que resultou na conquista do Bi Olímpico de Atenas (2004). Para a Liga Mundial, atlétas como Sidão, Murilo e o craque Manuel se detacaram na Seleção de Novos e podem ser titulares na corrida pelo Hexa.

Os técnicos das Seleções são também outro ponto de contraste. Ao contrário daquelas múmias conservadoras da CBF, Bernardinho foi decisivo para o processo de renovação quando assumiu a equipe masculina em 2001. Além disso, o ex-jogador e ex-técnico da Seleção feminina criou esquemas táticos inovadores graças à sua inteligência e obstinação pela perfeição. Com isso, contribuiu para a evolução de ambas as equipes brasileiras e, não é exagero, para a evolução do próprio Volei. Muito admirado nacional e internacionalmente, Bernardinho desfruta uma reputação profissional inquestionável, e a competência de seu trabalho é unanimidade entre jogadores, torcedores e a imprensa.

Por último, vale destacar que as Confederações dos dois esportes são completamente distintas. Hoje nosso Volei é mundialmente reconhecido por seu alto grau de profissionalismo graças, entre outros fatores, à entidade séria o gerencia. Só para citar alguns exemplos, a CBV promove modalidades de praia e quadra - masculino, feminino e categorias de base -, organiza torneios estaduais e nacionais e administra os direitos de transmissão para TV com muita transparência, gerando a credibilidade que garante patrocínios à continuidade do esporte. Graças a eles, por exemplo, o circuito de Volei de Praia do Brasil é o mais importante e disputado do mundo. Exemplo de sucesso em também gestão de negócios, em 2003 a CBV pôde inaugurar em Saquarema (RJ) o Centro de Desenvolvimento do Volei, um gigantesco complexo espotivo super equipado e moderno, onde treinam os atlétas brasileiros e trabalham as comissões técnicas. No mesmo ano recebeu o ISO 9000, tornando-se a única Confederação esportiva do mundo a ter este certificado de qualidade.

A conseqüencia direta é que, nos últimos 5 anos, só a Seleção masculina conquistou os seguintes títulos:
- Campeonato Sul-americano: 2001, 2003 e 2005
- Campeonato Mundial, em 2002
- Copa do Mundo do Japão, em 2003 (título inédito)
- Olimpíadas de Atenas, em 2004
- Liga dos Campeões em 2005
E com os títulos de 1993, 2001, 2003, 2004 e 2005 caminha rumo ao Hexa na Liga Mundial 2006. Definitivamente, somos o melhor Volei do mundo.

O Futebol brasileiro tem suas qualidades, é verdade, mas a comparação ao Volei pode explicar, entre tantas coisas, porque perdemos o Hexa na Alemanha; fazendo um paralelo entre CBV e CBF, por exemplo, coloca-se em cheque a real capacidade do Brasil voltar a sediar uma Copa do Mundo.

No fundo, acho que tudo isto reflete mais uma das inúmeras distorções medonhas do nosso país: mesmo com seu alto nível de excelência, o Volei ainda não é reconhecido profissionalmente aqui Brasil. Aliás, o único esporte brasileiro com tal habilitação é aquele dos cartolas e da máfia do apito impune...
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