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Onde discuto a questão do chuveiro
André - 12 outubro 2011 - 12:46
A globalização padronizou muitas coisas planeta afora, criando uma unidade entre praticamente toda a rotina do dia-a-dia - prova disso é que, se o cara estiver perdido em alguma Turquia da vida, onde sabe-se lá de que parte genital dos animais eles conseguem suas iguarias alimentíceas, pode fugir do perigo e ir almoçar no McDonalds como se estivesse na sua própria cidade. Assim, a globalização é basicamente uma forma de sair correndo pra casa mesmo estando longe de casa. Entretanto, existe um elemento que continua desafiando essa força e se mantém um mistério quando fora do nosso lar: o chuveiro.

Não sei se vocês já repararam, mas o único chuveiro que as pessoas conseguem manejar com eficácia são os de suas próprias residências. Nesse caso, o cálculo do quanto é preciso botar de água quente e fria - dividindo tudo pela temperatura externa, claro - é basicamente instintivo, pois já sabemos como aquela configuraçao funciona, não precisamos pensar a respeito do quanto devemos girar a torneira. Mas, fora das nossas casas, nosso conhecimento vale tanto quanto um ingresso para um jogo do Avaí: quando em hotéis, albergues, casas de amigos e etc, precisamos ficar experimentando aos poucos a relação quente/frio para tentar chegar a um resultado aceitável. E isso não acontece só da primeira vez, acontece da segunda e até da décima se houver uma décima. É como se o nosso córtex orbitofrontal soubesse que não moramos ali e se recusasse a assimilar aquele novo padrão, nos obrigando a raciocinar e experimentar hipóteses cada vez que vamos tomar um banho. Fora de nossas casas, estamos completamente à mercê desses cuspidores de água, e acredite, por mais que você se esforce, se esmere, se informe, em algum momento você acabará queimado graças a um pequeno mas significativo erro de cálculo.

Frente a tal raciocínio - que, acredito que todos irão concordar, parece desprovido de falhas ou falácias -, esqueçam todas as filosofias e ideologias e conceitos de auto-ajuda já criados sobre o que realmente constitui um lar. Lar não é onde está o nosso coração, não é onde nos sentimos bem ou seguros: lar é simplesmente o lugar onde sabemos exatamente o quanto girar da torneira para conseguir a quantidade certa de água quente.
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