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André - 31 agosto 2008 - 23:24
Acabo de assistir Império dos Sonhos, de David Lynch, três horas e meia de um nonsense absoluto - quase tanto quanto um torneio sem final. Mas até que, entre cenas que poderiam fazer parte daquelas campanhas "Não Use Drogas", terminei com algo mais ou menos montado na minha cabeça.

E é engraçado como isso é difícil pra mim: tive que parar, pensar, examinar o que eu havia visto, interpretar as sequências, as cores, os diálogos sem sentido... Talvez porque os filmes de David Lynch sejam absurdamente autorais, e tentar entendê-los plenamente é tão fácil quanto descobrir porque uma mulher diz "não" quando quer dizer "sim". E talvez porque eu tenha crescido vendo filmes americanos, uma linguagem convencional, normalmente linear, que martela as explicações na cabeça do espectador até ter certeza que ele entendeu.

Como exemplo dá pra pegar O Código DaVinci: em determinada cena, Ian McKellen (não me lembro o nome da personagem dele, acho que era "Sir qualquercoisa") passa alguns minutos explicando à Amelie Poulan sobre o Santo Graal. Seguem-se imagens claras, precisas e explicativas mostrando que o Cálice uma vez buscado por Indiana Jones é, na verdade, a ossada de Maria Madalena. Uma sequência bonita e que cumpre seu papel. Pois ao final, quando tudo fica explicado, a aparentemente limitada protagonista ainda faz a pergunta "quer dizer que o Santo Graal é uma mulher?". Ora, vamos. É como se um goleiro não defendesse um chute, visse a bola entrar e ouvisse de um zagueiro a explicação "olha, foi gol".

Acho que estão aí os dois opostos (e dois bons filmes). De um lado, David Lynch, que provavelmente realiza filmes apenas para seus fãs, já acostumados com uma linguagem narrativa que faz uma questão matemática sobre probabilidades parecer um bolo de chocolate. Do outro, a máquina BLOCKBUSTERIANA de Hollywood, que a todo momento subestima a inteligência do espectador e foge de "pontas soltas" na história como o Inter foge do Juventude.

O engraçado é que um parece inviabilizar o outro. Os fãs e cinéfilos escolhem um dos lados e nele permanecem. Como se existissem "regras" no cinema e tudo tivesse que ser feito do jeito "certo". Tudo bem, não é todo mundo que vai gostar de tudo, e gosto é uma coisa estranha mesmo, cada um tem o seu (embora todos que sejam diferentes do meu sejam descartáveis). Mas vou te contar, essa idéia dos empresários de segmentar cada vez mais os mercados tá realmente começando a encher o saco.

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