O Liverpool tem Lucas na reserva. O Manchester United tem Anderson de pseudo-titular. O Barcelona tem Ronaldinho, agora de férias até o final da temporada, mas que mesmo antes da contusão já vinha sendo escalado pra marcar o quarto árbitro. O Chelsea tem Beletti e Alex, ambos também aproveitando as confortáveis poltronas da casamata.
Ok, vamos dar um desconto e considerar o rastafari ex-gremista como titular dos Unidos de Manchester. Isso faz com que, dos quatro semifinalistas da Liga dos Campeões da UEFA, apenas um tenha um brasileiro como parte integrante e funcional do time. Os outros podem até vir a ser titulares no futuro, claro, e têm potencial para isso, mas a grande verdade é que no momento os narradores e torcedores ufanistas não possuem muito do que se gabar.
Subverteu-se então aquele clichê de que "os melhores times da Europa contam com brasileiros nas principais posições", irritante frase que tentava inflar ainda mais o ego do futebol nacional. Não que nossos compatriotas mais afortunados tenham sido sempre coadjuvantes, não é isso. Mas na temporada passada, por exemplo, Seedorf foi essencial no título da UCL - não tanto quanto Kaká, claro, mas a participação dele e de outros "estrangeiros" é relevada a segundo plano pela mídia nacional.
Robinho, Kaká, Pato, Alex, Zico, e em menor escala Mancini... todos eliminados pelos "quadrados" europeus. Sei que o futebol daqui é o melhor e sei que a capacidade de renovação dele é simplesmente absurda, mas que dá um gostinho bom ver os times "que só jogam com chuveirinho na área" passando por cima da ginga e malandragem brasileiras, ah, isso é. Botam o (futebol) moleque pra jogar com os adultos, dá nisso: a molecada toda foi pro quarto sem sobremesa.