Agenda apertada tem dessas coisas. Todo dia saio do banco entre 18:20 e 19h, pra chegar na aula que começa as 18:30, ou seja, com meia hora de translado o resultado é atraso constante.
A rotina é a seguinte: enquanto o windows fica desligando o meu computador, eu vou atras de todos os meus pertences e jogo tudo na mochila. Assim, numa sincronia cinematográfica, quando a mochila está cheia, o computador desliga!
Só que dois eventos fora do comum ocorreram na última quinta feira. Primeiro, deixei meu celular carregando, num lugar diferente do que ele fica habitualmente; segundo, o computador foi trocado. O novo computador desliga com muito mais velocidade e eu, ao inves de fazer um checklist das minhas bugigangas, fiz a associação lógica "Computador desligado/ Mochila Cheia" e saí fora. Só reparando a falta do meu telefone horas depois, na saída da aula.
Fico imaginando o que não deve ter sofrido o pobre aparelho. Ele, que ja tomou cerveja comigo; que já foi roubado e prontamente recuperado; que já fez sucesso no cinema universitário; enfim, um ente querido "carregado" de histórias pra contar.
Solitário naquele ambiente hostil, sem luz, sem ar-condicionado e muitas vezes sem sinal, que é um prédio comercial depois do expediente; o bravo aparelho sentiu-se acoado. Resistiu o quanto pode e acabou se apegando ao único momento em que sentiu um pouco de conforto: quando cheguei na manhã de sexta e o reencontrei seu relógio estava paralisado e marcava 00:14. 14! |