Poucos eventos instigam tanta reflexão como a ressaca. É o momento onde a pessoa, após experimentar uma euforia de bem-estar alcoólico, desaba pra um mal-estar que é reflexo do quanto bebeu, a alegria sendo substituída mais tarde pela mesma dose de pessimismo. Essa pessoa vai se sentir tão mal quanto se sentiu bem algumas horas antes.
Assim, observamos que a ideia de que existe um equilíbrio natural no universo não pode ser refutada. Ela está presente em diversos elementos do mundo, claro, mas em nenhum de forma tão representativa quanto na ressaca, pois vejam bem, a ressaca abrange perfeitamente tanto o bom como o mau, tanto luz como trevas. Ela é o yin e o yang ao mesmo tempo, os dois exatos opostos que paradoxalmente convivem juntos. Dessa forma, podemos perceber que a existência se sustenta nesses dois lados, pois ninguém haverá de duvidar que, se essa dinâmica se aplica até mesmo em um evento aparentemente irrelevante, fatalmente se aplicará ao todo que o criou. Quando de ressaca, estamos diante de toda a complexidade da vida.
Com isso, creio que acabo de encerrar todas as discussões sobre o formato que tem o universo: dadas as reflexões acima descritas, uma pessoa entende que a única forma possível para o universo é a de um copo de cerveja. |