O Gre-Nal de domingo vai ser ruim. Vai ser chato. Vai ser um jogo monótono, sem grandes momentos, lances memoráveis ou disputas históricas. Toda inventividade será esmagada pelo martelo da burocracia estratégica. Qualquer provocação será castrada pela tesoura do politicamente correto. Será uma partida baseada apenas no histórico de rivalidade, e nada mais.
Digo isso porque a dupla foi sugada pela inércia de negócios do futebol atual - estão aí, como exemplo, os esforços COLOSSAIS dos dirigentes para trazer a Copa até o RS, permeados por uma iniciativa e vontade que jamais foram usadas para assuntos banais como segurança nos estádios. Aliás, poupar titulares na rodada do gauchão para ter o time inteiro no clássico já denota a absurda falta de noção. Ao invés de acreditarem que vão ganhar, os dois técnicos estão, simplesmente, com medo de perder.
As pessoas sempre dizem que os times precisam de um jogador que chame a responsabilidade. Vou reescrever: os times precisam de um jogador que chame a IRRESPONSABILIDADE. Que tente o absurdo, o inusitado, o surreal. Que veja o campo de cabeça pra baixo. Que consiga romper com todas essas amarras e fazer algo inesquecível. O Gre-Nal precisa disso. O futebol precisa disso. Ou vai morrer, soterrado pelos destroços da bomba atômica que é esse tal de fair play.
Eu queria atirar na cabeça de cada panda que não transa para salvar sua espécie. Eu queria derramar óleo em todas aquelas lindas praias francesas que nunca vou conhecer. Eu queria botar fogo no Louvre e limpar a bunda com a Monalisa. Eu queria respirar fumaça. |