Pois é, cada vez mais se fala de TV digital no Brasil. Com propagandas engraçadinhas na TV, o ministro Hélio Costa tá tentando nos convencer de que (1) a escolha pelo modelo japonês foi realmente a melhor opção e que (2) isso traz uma revolução na forma como as pessoas vão assistir à TV.
Bueno, a gente sabe que a tendência clássica, no Brasil, é de fazer a coisa "do jeitinho brasileiro". Nós pegamos a culinária japonesa e fizemos sushis sem peixe nem algas, pegamos o country americano e transformamos num pseudo-country caipira em Barretos, pegamos a democracia e transformamos nisso que temos hoje em dia. Já estamos acostumados, e provavelmente nos acostumaremos a essa "nova" TV.
Na verdade, a cagada já tá feita. O modelo japonês, escolhido pelo governo, favorece os grandes grupos de mídia, mantendo a concentração da informação nas mãos de alguns poucos. Para esclarecer um pouco mais o assunto, o TV Digital no Brasil é um bom começo. Mesmo com o aumento da capacidade do espectro, a oferta de conteúdo deve continuar com os mesmos de sempre, o que é uma grande chance perdida para pluralizar a informação. Lobby é lobby, não adianta.
Mesmo às vésperas do "lançamento" da TV digital, algumas coisas ainda não estão bem claras. E apesar do discurso otimista do governo e da Globo, de novo ficaremos contentes com a mediocridade daquilo que podia ser mas não é, tudo porque o poder público tem medo de enfrentar os conglomerados de comunicação.
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