Doutora Vru me escreveu no Orkut pedindo voto. Usando exclamações, me convidou para "uma revolução virtual", "com poder digital" contra as oligarquias. Motivado menos pela proposta genérica e sem sentido (como a maioria das propostas sempre são) que pela curiosidade com o nome estranho (Doutora o quê?), resolvi clicar e ver o que encontraria.
Pois bem, nenhuma surpresa. Mais tosco que o layout do site (provavelmente feito pelo filho do amigo do tio que sabe usar Corel Draw) só mesmo os textos da Doutora. Clama pela realização de um sonho de um mundo melhor, com a ajuda de todos, etc. "Só por Deus, minha gente!", canta ela no (também tosco) jingle da campanha, que toca a cada link navegado.
Candidata a deputada federal, Vru é de um partido evangélico. Desses, que quando ganharem força na Câmara vão barrar pesquisa com células-tronco, casamento homessexual e campanhas pró uso de preservativo, "porque Deus não permite".
O bizarro é que, ao lado do atraso que ela e esses partidos representam, a Doutora é toda moderna e usa a internet para apresentar suas obviedades propostas e pedir votos. "Uma revolução virtual com poder digital", ah, entendi.
De fato, a internet é uma grande ferramenta de comunicação em época de eleição, e tem muitos candidatos fazendo bom uso dela. Três exemplo, de esquerda, centro e direita, só para forçar uma imparcialidade. Mas não é o caso de Vru, que está apelando para a tática de atirar para todos os lados usando o Orkut (só para ilustrar, ela concorre por SP e eu voto no RS).
O fato é que a Doutora Vru, assim como a maioria dos candidatos, não possui perfil nem conhecimento políticos necessários pra exercer um mandato. São apenas laranjas figuras carismáticas escaladas para somar votos para seus partídos. Que nem o Enéas fez na eleição passada.
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