(Aí André, vou te dar uma força..)
Estava sentado no banco do passageiro do Gol do meu pai, quando, nao lembro por qual motivo, o carro parou no acostamento. Não posso dar detalhes pois a minha memória é fraca. Naquela época, por volta de meus 9 anos de idade, ainda achava algo irreal dirigir um carro, portanto ficava bem quietinho no banco do passageiro, na frente, quando meu pai permitia.
Eis que quando o carro parou no acostamento, meu pai saiu. Foi até o porta-malas e voltou com o LP azul do "Zezé di Camargo e Luciano" na mão. No auge da minha breguice infantil, não sabendo absolutamente nada da vida, brilhei meus olhos ao ver aquele bolachão preto, que vinha com um encarte interno contendo as letras de todo o disco e algumas fotos da dupla, com aquelas calças que subiam até doer os fundilhos e uns cinturões com cavalo lapidado.
Aquela foto do Zezé, na capa, é uma coisa que até hoje não sai da minha cabeça, com aquele cabelo curtinho nas laterais da cabeça, praticamente raspado e tomado de gel e uns "mullets" atras da cabeça. Fora a franja dos dois na capa, com uma leve simulação de penachos.
É, me lembro bem do momento em que minha alegria veio à tona. Era um presente de aniversário da época que pouco via meu pai, e nós ouvíamos LP em casa e rádio, apenas rádio, no carro.
Mas é um momento brega que eu não posso negar que tive. Ainda nessa época, fui cortar o cabelo lá no Pedro e, sentando na cadeira, com o Pedro perguntando o que eu queria e meu pai sentando ao lado, eu disse: Quero igual àquele do Zezé.
Agradeço todos os dias ao meu pai que, ao olhar desconfiado do Pedro, fez um leve sinal de reprovação com a cabeça. E eu saí dali ainda como gente normal. Graças a Deus.
Abraços
PS: Alguém leu a história do David Coimbra desde último domingo em ZH? Muito boa! |