(Eu sei que alguém deve ter visto este texto já, mas achei legal postar pra todo mundo aqui também. Valeu!)
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Hoje eu levantei as 10:30 da manha, mas calma isso não é um diário, é uma reflexão. Quando eu saí da cama e fui até o banheiro escovar os dentes, o calor me fez decidir por tomar um banho. Ao abir o armário, eu senti que o calor ia piorar e a camisa de manga curta cairia melhor que a de manga cumprida. Apesar de feia, camisas são imprescindiveis (como escreve?) no meu trabalho. Na rua, o calor não estava tanto no início do meu trajeto para a Caixa, decidi que iria a pé. Na metade do caminho, já suado, entendi porque dizem que 29ºC é quente. O bom foi ter escolhido a camisa feia, mas leve.
Tudo isso pra dizer que, por mais simples que sejam, as escolhas são parte do nosso dia, do início ao final. São parte da vida, desde o bico ou a mamadeira até a o remédio normal ou o genérico. Escolhas. E elas são muitas vezes importantes quando nem sabemos, como o fato de colocar a camisa certa ou desmaiar no sol... Mas o que, pra mim, pode fazer das escolhas às vezes tão difíceis pra todos nós é a forma como encaramos elas.
Quando eu disse pra minha mãe que não iria mais morar com ela, isso na véspera dos meus 18 anos, ela fechou a cara e disse que era uma decisão definitiva, eu não deveria voltar mais. E eu levei na boa. Nunca mas voltei a morar lá. Talvez voltasse se quisesse, ela adoraria, mas levei a sério o que ela disse. Da mesma forma que, há duas semanas atrás devolvi 20 reais para o pai, emprestados por ele com a condição de devolver depois. Ele ficou me olhando com uma cara estranha na hora que entreguei o dinheiro de volta, 2 dias depois, e disse "não precisa devolver", mas eu levei a sério o que ele disse. As escolhas são diferentes, mas são iguais, porque são encaradas igualmente.
Não estar mais em casa deveria ter o mesmo peso de escolha que devolver 20 reais. Eu acho. Mas pra muita gente não é assim.
Um dia, você vai ter que optar por se formar, ou não. Optar por casar, ou não. Por ter um filho, ou não. Mas procura sempre lembrar que tudo isso, apesar de lidar com detalhes diferentes, ou mais atores, é tão importante quanto devolver uma nota de 20 reais que você pegou emprestada 2 dias antes. Com isso eu não quero dizer que ter um filho é algo pouco importante, mas sim que toda a escolha é importante. Logo, ter um filho é importante. Esbarrar em alguém que você nunca viu na rua, deixando cair a papelada da pessoa no chão, e ajudar a recolher é importante.
Porém se tudo isso é importante, então é tudo difícil de escolher também? Não! Se isso fizer parte da sua vida, deixa de ser. Você passa a ter cuidado com tudo, seja seu ou do outro, seja visto ou não. E o ter cuidado naturalmente passa a não te deixar tão mal com as escolhas.... já pensou nisso?
Quando você escolhe viver, você também não deixa de ter história, viu Márcia? Quando você escolhe mudar de lugar, você não deixa de ter vivido no lugar anterior. Quando você muda as pessoas, você não deixa de tê-las. Quando você muda de faculdade, não deixa de ter a antiga. Quando você muda de sentimentos, não deixa de saber do amor que sentiu.
..quando você não me disser mais as coisas lindas que diz, você não terá apagado isso da vida. Foi só uma escolha de deixar isso para trás, mas você não perde nada. Nem eu. Só ganhamos recordações lindas. Assim como nós já temos ótimas recordações de anos anteriores das nossas vidas. As escolhas são necessidades, e não podem ser doloridas, pois a gente tem sempre de olhar pra frente, já que os olhos estão virados pra lá e a vida segue...
Se as escolhas são parte de toda a nossaa vida, de cada minuto dela, então não dá pra pensar demais nas consequências. Escolhe viver. Descobrir coisas novas, me dizer cosas bonitas. ...Com uma roupa leve, de preferência. |